Que frio, que nada!

"Este jornal vai ser feito para toda a massa, não para determinados indivíduos de uma facção". Foto: Arquivo CP

Pois acostumada que sou a quebrar geada desde guria não me achico com “qualquera arzito” fresco! Mas tem gente que me parece sempre insatisfeita com a temperatura. Reclamam quando está calor, se afetam quando faz frio. São uns atempados mesmo!

Nestes dias gélidos de “trincá” o osso da cabeça, o bom mesmo para aquecer o ambiente é um fogão à lenha e em riba dele um panelão do tamanho do Rio Grande borbulhando um puchero “sustancioso”, um mocotó daqueles de grudar o beiço, um pinhãozinho na chapa e o bom e gostoso milho assado na brasa. Coisas da minha infância lá na fronteira e que conservo e pratico lá “nas casa” em Itapuã.

Mas mesmo com esse tempito loco, os ciclistas andejam na madrugada pedalando contra o vento da orla do Guaíba, sem lenço nem documento… bota coragem nisso! E na madrugadita, quando me bandeio aqui para a Rádio Guaíba, cruzo por dois idosos que se perpetuaram no tempo e no espaço, e que em vez de sacudirem os ossos nos bailes da terceira idade, que é de tarde quando o solzito está a pleno, gastam a sola da bota em caminhadas pela volta do Gasômetro.

E a gente se veste parecendo uma réstia de cebola e, conforme vai esquentando, vamos descascando: casacos, jaquetas, blusões, camisetinhas, enfim… É tanto pano que mal dá pra se mover.

Quando estamos aquecidos e acompanhados de alguém que gostamos, percebemos que dá para aproveitar muito esse clima. Não tem nada melhor do que ter uma companhia no frio para passar o dia abraçadinho, fazendo as programações mais preguiçosas e românticas. O amor espanta o frio melhor que qualquer manta. E se o dia estiver frio e nublado, o amor que sentimos nos servirá de abrigo.

Na real, eu gosto do inverno. Acho que um aconchego à beira da lareira em boa companhia e molhando a palavra com um bom vinho tem o seu valor. Temos mais tempo para pôr a leitura em dia, uma prosa buena com a família, rodeada dos animaizinhos de estimação. Lá em casa não rola o jargão: tá frio de renguear cusco.

Se o frio vem congelar, usa o coração para aquecer. Espalha teu calor amando mais e reclamando menos. Que o friozinho possa trazer mais abraços apertados e mais calor humano para aquecer nossos dias. Quando a alegria aquece o coração não há frio ou chuva que incomodem.

Neste inverno, olhe profundamente para si mesmo e deixe morrer tudo que não serve mais. Prepare-se para renascer na primavera!

Aproveitando o mote, vamos apartar o que temos sobrando no guarda-roupas. A Capital está lotada de moradores de rua, necessitados de um abrigo, de roupas quentes. Vamos fazer uma limpa no que não nos serve mais e fazer doação nos lugares de arrecadação.
Aqueça seu coração… o frio é só um estado de espírito…

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