“Não há programa imune a ataque”, diz ministro da Defesa sobre urnas eletrônicas

General voltou a questionar segurança das urnas eletrônicas, apesar de sistema passar por diversas etapas de preparação

Foto: Billy Boss / Câmara dos Deputados / CP

Na Câmara dos Deputados, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, voltou a questionar a segurança das urnas eletrônicas, apesar de os equipamentos passarem por diversas etapas de preparação e fiscalizações interna, no âmbito do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e externa. Em uma fala de mais de 40 minutos na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, na manhã desta quarta-feira (6), o general falou sobre a atuação dos militares e citou as eleições.

“Sabemos muito bem que esse sistema eletrônico necessita sempre de aperfeiçoamento. Não há programa imune a ataque, imune a ser invadido. Tem os bancos que gastam milhões com segurança e eu tive meu cartão clonado há três semanas. A minha esposa, no ano passado. Isso é fato. As propostas das Forças Armadas foram realizadas de setembro até agora, com muita tranquilidade, transparência”, disse.

Paulo Sérgio se referiu à Comissão de Transparência Eleitoral (CTE), instalada pelo TSE em setembro do ano passado, com representantes de diversos órgãos, incluindo os militares, para discutir o processo eleitoral. O ministro falou sobre a comissão e disse que as Forças Armadas foram convidadas para integrar a comissão, além de indicar a equipe capacitada para “colaborar e tentar aperfeiçoar o processo de acordo com as demandas com o que se conseguiria com o TSE”.

“Não estamos duvidando ou achando isso ou aquilo outro, mas simplemente com espírito colaborativo. Esse é o sentido do espírito das Forças Armadas para ajudar o TSE. Isso eu disse em reuniões presenciais com o presidente e vice-presidente, ministros (Edson) Fachin e Alexandre de Moraes. Estamos sempre prontos, permanecemos colaborativos para a melhoria do processo”, disse.

Paulo Sérgio comentou que os militares fizeram diversas proposta e que algumas foram aceitas pelo TSE, outras, não. Nos últimos meses, o Ministério da Defesa criticou o tribunal em diversos momentos, apontando falta de diálogo. No mês passado, por exemplo, o ministro enviou um ofício a Fachin reclamando que as Forças Armadas não se sentem prestigiadas pela Corte, já que sugestões de melhorias para o sistema eleitoral dadas por militares não foram acatadas.

Fachin, por outro lado, enviou um levantamento que mostra todas as sugestões recebidas pela Corte de integrantes da CTE, especificando quantas foram rejeitadas e quantas foram acolhidas. Conforme documento, os militares enviaram 15 sugestões, sendo seis acolhidas integralmente, quatro parcialmente, quatro serão estudadas no próximo ciclo eleitoral (2023-2024) e uma foi rejeitada.

“As Forças Armadas buscam com as propostas aperfeiçoar a segurança e a transparência do processo, mitigando ao máximo as possibilidades de ataques cibernéticos e falhas que possam comprometer as eleições de 2022 e posteriores”, ressaltou o general em audiência na Câmara.

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