Dólar aproxima-se de R$ 5,40 com temor de recessão global

Bolsa cai 0,32% e fecha no menor nível em dez dias

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Os temores de uma recessão global provocada pelo aumento dos juros em diversas economias fizeram o dólar aproximar-se de R$ 5,40 e subir para o maior valor desde o fim de janeiro. Já a bolsa de valores caiu pela segunda sessão seguida e fechou no menor nível em dez dias.

O dólar comercial encerrou a terça-feira vendido a R$ 5,389, com alta de R$ 0,064 (+1,19%). A cotação operou em alta durante toda a sessão, chegando a R$ 5,40 na máxima do dia, por volta das 14h.

A moeda norte-americana atingiu a maior cotação desde 27 de janeiro, quando tinha fechado a R$ 5,42. Apesar das altas das últimas semanas, a divisa acumula queda de 3,36% em 2022.

No mercado de ações, a volatilidade prevaleceu. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 98.295 pontos, com recuo de 0,32%. O indicador caiu, com isso, ao nível mais baixo desde 23 de junho.

O Ibovespa começou o dia em forte baixa. Depois de cair 2,1% no início da tarde, o índice recuperou-se, perto do fim da sessão, puxado pela alta nas bolsas dos Estados Unidos.

O dólar teve um dia de alta em todo o planeta, em meio a expectativas de que as economias norte-americana e de países europeus entrem em recessão. Dados divulgados hoje mostraram forte desaceleração da zona do euro em junho. O euro caiu para o menor valor perante o dólar em 20 anos.

Os temores de recessão global fizeram a cotação do petróleo cair, prejudicando a bolsa brasileira, onde os papéis da Petrobras exercem maior peso no índice Ibovespa.

No Brasil, as negociações em torno da proposta de emenda à Constituição (PEC) que eleva benefícios sociais até o fim do ano aumentaram o receio dos investidores. A versão aprovada pelo Senado prevê impacto de R$ 41,25 bilhões no Orçamento deste ano.