Caso Ronei Jr.: após interrogatório dos réus, julgamento é retomado com debate entre acusação e defesa

Júri ouviu três réus nesta terça-feira

Foto: Márcio Daudt / DICOM / TJRS / CP

O segundo dia do júri do Caso Ronei Jr. teve início, nesta terça-feira, com o interrogatório dos réus Alisson Barbosa Cavalheiro, Geovani Silva de Souza e Volnei Pereira de Araújo, em Charqueadas, na região Carbonífera. Eles respondem por seis crimes: homicídio qualificado (meio cruel e recurso que dificultou a defesa) de Ronei Faleiro Jr., tentativas de homicídio qualificado de Ronei Wilson Faleiro, Richard Saraiva de Almeida e Francielle Wienke, associação criminosa e corrupção de menores.

Os três foram ouvidos em ordem alfabética, como constou na denúncia. Em depoimento, a vítima Francielle, que teve um relacionamento com o réu cerca de dois anos antes dos fatos, disse ter advertido Alisson no início da festa de que “não queria confusão”. Na data do crime, Francielle era namorada de Richard havia quatro meses.

Ainda que confirme o relacionamento anterior com a vítima, Alisson negou ter sido advertido por ela e ter feito qualquer ameaça a Richard. “Muito tempo atrás fiquei com ela. Eu era conhecido dela, não era amigo próximo. Sabia que eles eram namorados. Nunca falei com Richard, só cumprimentava. Vi ele na festa, mas não falei com ele”, afirmou o réu.

Com 19 anos à época, Alisson negou participação nos crimes, dizendo ter saído da festa antes do encerramento. “Passei sete anos preso por uma coisa que não fiz, eu nem tava lá. Não tive participação em nada disso. Pra mim, era uma noite normal, não tinha visto briga na festa”, completou.

Questionado pelo Ministério Público se tinha inimigos, Alisson respondeu: “Provavelmente o Richard, pode ser que ele não goste de mim”.

Entre os réus, Alisson disse só conhecer melhor Jhonata, e que os demais só conhece “de vista”. Ele contou que ficou sabendo da briga, por um amigo, depois de já ter ido embora, e que no dia seguinte ficou sabendo pela mãe que Ronei Jr. havia morrido.

Ao ser interrogado pela defesa, o réu chorou ao contar que antes do ocorrido ele e a irmã cuidavam da mãe que tinha câncer. Também disse ter ido à festa para se distrair um pouco

Segundo réu a depor também nega participação

O réu Geovani Silva de Souza, 28 anos, segundo a ser interrogado na manhã desta terça-feira, pedido a não transmissão da fala. Ele relatou que saiu da festa no encerramento. Contou que, ainda nas escadarias do Clube, onde ocorria a festa dos formandos, ouviu o barulho da briga.

“Não vi nada, desci a escadaria com amigos. Escutei barulhos, só me afastei, mas não vi as agressões”, pontuou, informando que também não lembra de ter ouvido durante a festa que uma briga na saída era iminente.

Antes dos fatos, Geovani era vendedor de uma agropecuária, comércio da família dele há mais de 20 anos, em Charqueadas, local onde conheceu Ronei Wilson Faleiro.

Ao ser questionado pelo juiz Jonathan Cassou dos Santos, que preside o júri, sobre a amizade dele com os outros réus, Geovani informou que conhecia “de vista” a maior parte deles em razão de partidas de futebol.

Ao fim do interrogatório, o promotor de Justiça, Eugênio Paes Amorim, questionou o nome do time. Geovane negou ter ciência de que a sigla do time “ARC” tinha alguma relação com o Bonde Aba Reta, citado em depoimentos anteriores como grupo dos réus envolvidos nos crimes.

Terceiro réu relata ter golpeado lateral do veículo

Último réu a ser ouvido, Volnei Pereira de Araújo, de 25 anos, confessou ter alguma participação nos crimes, mas, segundo ele, restrita a “socos ou chutes” contra o veículo de Ronei Wilson Faleiro.

“Tinha muita gente na volta da camionete. Dei soco ou chute no carro, não sei bem. Eu tava alcoolizado. Tinha bastante garrafa. Não era para ter ido lá (atravessado a rua quando se iniciou a briga), me meti. Fui em direção ao carro, em nenhum momento encostei em algum deles (nas vítimas)”, alegou Volnei, destacando ter agido “por impulso”.

Pelos depoimentos, o réu havia sido expulso da festa pelo fato de estar alcoolizado, o que ele disse não recordar. Ainda que tenha informado conhecer alguns dos réus, Volnei citou apenas o nome de menores de idade envolvidos nos crimes.

Com a conclusão dos depoimentos dos réus, teve início a fase dos debates do júri, começando com as falas dos promotores de Justiça. Em seguida, falarão as defesas e, por último, serão abertos os tempos para réplica e tréplica.

Com 19 anos na época dos fatos, Alisson negou qualquer participação nos fatos, tendo saído da festa antes do encerramento.

Segundo réu a depor nega participação nos fatos

O réu Geovani Silva de Souza, 28 anos, foi o segundo a ser interrogado na manhã desta terça-feira. O interrogatório não foi transmitido ao vivo a pedido do réu. Ele relatou que saiu da festa no encerramento. Contou ainda que estava nas escadarias do Clube, onde ocorria a festa dos formandos, quando ouviu barulhos da briga.

“Não vi nada, desci a escadaria com amigos. Escutei barulhos, só me afastei, mas não vi as agressões”, pontuou informando que também não lembrava de ter ouvido durante a festa que poderia haver uma briga na saída.

Ao ser questionado pelo Juiz de Direito Jonathan Cassou dos Santos, que preside o júri sobre a amizade dele com os outros réus, Geovani informou que conhecia “de vista” a maior parte deles em razão de partidas de futebol.

Terceiro réu afirmou ter agredido lateral do veículo

O último réu do segundo Júri do Caso Ronei Jr. foi Volnei Pereira de Araújo, 25 anos. Primeiro dos três réus que confessou ter alguma participação nos fatos, mas, segundo ele, restrita a “socos ou chutes” no veículo de Ronei Wilson Faleiro.

“Tinha muita gente na volta da camionete. Dei soco ou chute no carro, não sei bem. Eu tava alcoolizado. Tinha bastante garrafa. Não era para ter ido lá (atravessado a rua quando iniciaram as brigas), me meti. Fui em direção ao carro, em nenhum momento encostei em algum deles (nas vítimas)”, alegou Volnei, destacando que teria agido “por impulso”.

Pelos depoimentos, o réu teria sido expulso da festa pelo fato de estar alcoolizado, fato não recordado pelo acusado. Ainda que tenha informado conhecer alguns dos réus, citou apenas o nome de menores de idade envolvidos nos fatos.

Com a conclusão dos depoimentos dos réus, iniciou a fase dos debates do Júri, começando com as falas dos Promotores de Justiça. Após, as defesas e por último as réplicas e tréplicas, em caso de necessidade. Caso aja confirmação destas duas últimas etapas, a tendência é que o segundo julgamento que apura as responsabilidades da morte de Ronei Faleiro Junior termine nesta quarta-feira.

Dinâmica dos julgamentos

O julgamento do caso foi dividido em três júris e é presidido pelo Juiz de Direito Jonathan Cassou dos Santos. No primeiro júri, realizado no mês passado em Charqueadas, três dos dez réus no processo foram condenados a penas de mais de 35 anos de prisão. Já o terceiro júri, com o julgamento de Jhonata Paulino da Silva Hammes, Matheus Simão Alves e Cristian Silveira Sampaio, será em 11 de julho.

O décimo adulto acusado de envolvimento nos crimes, Rafael Trindade de Almeida, denunciado depois dos demais, é alvo de outro processo.

Relembre o fato

Ronei Faleiro Junior, de 17 anos, foi morto na saída de uma festa no Clube Tirandentes, em Charqueadas, na Região Carbonífera, em 2015. Na ocasião, ele, o pai e mais duas vítimas foram cercados e agredidos por um grupo de pessoas que, de acordo com a promotoria, faziam parte do chamado “Bonde da Aba Reta”. O jovem chegou a ser encaminhado para o hospital, mas não resistiu as agressões.

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