Atividade rural é líder em subnotificação de acidentes de trabalho, diz coordenador

Terceiro no ranking em acidentes de trabalho, o ofício rural soma 127 casos de mortes confirmados no Rio Grande do Sul de 2020 até abril deste ano. Levantamento feito pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), porém, sugere que este número possa ser ainda maior. De acordo com o Coordenador de Análise de Acidentes da Superintendência Regional do Trabalho no Estado, Otávio Kolowski Rodrigues, a atividade rural é o líder em subnotificações no Estado.

“Esta disparidade ocorre porque há falhas de formalização neste segmento, incluindo a baixa adesão ao cadastro de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho)”, explica o auditor fiscal. É por meio deste documento fornecido pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) que os órgãos públicos, sindicatos e demais entidades de classe podem criar estratégias para evitar estes episódios.

Do total de óbitos registrados, 77 deles envolvem produtores rurais e 15 de familiares deles. “O   Trabalhador assalario formal é uma grande minoria nesses casos”, afirma Rodrigues, ao destacar que, segundo os apontamentos, entre aqueles que trabalhavam para empregadores, 11 tinham carteira assinada e outros 24 não tinham vínculo oficial.

Na busca por uma maior adesão na oficialização destes episódios, o secretário da Federação dos Trabalhadores Assalariados no Rio Grande do Sul (Fetar-RS), Sérgio Poletto, ressalta que a instituição atua fortemente com os sindicatos para reverter este quadro. “Fazemos reuniões sobre este tema, vistamos os sindicatos oferecendo cursos e também estamos sempre os lembrando por meio de ofícios circulares”, detalha.

Desconsiderando nesta conta a prestação de serviços em atividades de reparos elétricos e transporte de produtos agrícolas, entre os principais causadores de mortes na lida do campo: 40 envolvem tratores (sem contar a queda em altura); 18 ocorreram por projeção de árvores, toras e outros objetos pesados; 17 por máquinas e equipamentos; 12 por exposição a energia elétrica; 12 quedas em altura; oito por ataque de animais e insetos; cinco por caminhões e carretas; cinco casos de doença; três afogamentos; dois soterramentos por grãos; uma asfixia em espaço confinado e uma explosão.

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