Deputado quer CPI para investigar relação entre PT e PCC

Para ser aberta, comissão precisa de fato determinado e ao menos 171 assinaturas de apoio

O deputado Carlos Sampaio afirmou que recebeu diversas mensagens de outras pessoas preocupadas | Foto: Gustavo Lima / Câmara dos Deputados / Divulgação / CP

O deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP) afirmou que vai pedir a abertura de uma CPI para apurar a relação entre o Partido dos Trabalhadores (PT) e a facção criminosa paulista Primeiro Comando da Capital (PCC).

“Diante da gravidade das denúncias apresentadas pelo operador do ‘Mensalão’, Marcos Valério, e de muitos outros indícios (…) o Brasil precisa de respostas”, afirmou em redes sociais o parlamentar.

De acordo com uma revista semanal, o publicitário Marcos Valério, condenado no processo do mensalão a 37 anos de prisão, afirmou em delação à Polícia Federal que ouviu informações sobre a relação do PT com a facção por parte de um dos integrantes do partido na época.

A reportagem cita que um empresário do ramo dos transportes chantageava o então presidente Lula para não revelar detalhes de como funcionava o esquema.

O deputado Carlos Sampaio afirmou que recebeu diversas mensagens de outras pessoas preocupadas e indignadas com as denúncias de Marcos Valério. “A união de brasileiros de bem é fundamental nesta luta contra a influência do crime organizado nos rumos do país! CPI JÁ”, escreveu.

Para ser criada, uma CPI na Câmara precisa do apoio de 171 deputados federais e de um fato determinado. Ainda assim, a palavra final é do presidente da Casa, que analisa o requerimento e abre a comissão no momento que julgar oportuno. Quando aprovada, uma CPI recebe prazo de 120 dias, prorrogável por mais 60 dias, para ser concluída, e ganha poderes de investigação semelhantes a um inquérito policial. A CPI pode determinar diligências, obrigar testemunhas a comparecer à Câmara e pedir quebras de sigilo bancário e telemático.

Procurado pelo R7, o PT afirmou que não vai comentar “delações sem provas feitas por pessoas buscando benefícios judiciais”.