Qualquer tentativa de taxação de exportações seria um desastre, avalia Presidente da Farsul

Gedeão Pereira foi o convidado da edição do 'Tá na Mesa', que contempla a programação dos 95 anos da Federasul

Presidente da Farsul, Gedeão Pereira. Foto: Itamar Aguiar/Federasul

O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, afirmou que qualquer tentativa de taxação das exportações seria um desastre para o setor no País. A avaliação foi feita durante coletiva de imprensa, realizada nesta quarta-feira, na Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande Sul (FEDERASUL).

Gedeão considera que qualquer tentativa de tentar travar as exportações poderia acarretar em prejuízos para os produtores, uma vez que o atual cenário para quem trabalha com o setor está exigindo custos elevados.

“Por que subiram as máquinas agrícolas, os produtos químicos e, principalmente, os fertilizantes, que atualmente é o maior custo das lavouras, além do óleo diesel, que pela primeira vez na história está mais caro que a gasolina no Brasil. Se nós temos quatro vetores que encarecem enormemente a lavoura, nós sabemos que teremos que plantar mais uma safra, mas não sabemos quanto esta safra custará, e se os preços que estão atualmente no mercado serão compensadores. Então, imagina se existir qualquer possibilidade de restrição nas exportações, pois hoje quem dita as regras do mundo, dos preços das commodities, é o mercado internacional (…) Qualquer tentativa de travar as exportações significa que pode colocar o produtor no prejuízo, e se o produtor entrar no prejuízo? Ele perde uma vez, mas não perde duas”, analisou o presidente da Farsul, que também aproveitou para dar o exemplo da Argentina, que alterou a taxa para a exportação para diversos produtos, tornando-os mais caros para a população.

O cenário eleitoral no Brasil também preocupa a Farsul. Conforme Gedeão Pereira, o principal ponto de interrogação é como a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso seja eleita, irá se comportar frente a agricultura brasileira.

“Por que nós sabemos que um lado é o que temos hoje, e sabemos como ele se comportou frente ao agronegócio, e o outro lado, apesar de ter sido presidente da República por dois períodos e, naquela época o agronegócio andou relativamente bem, não podemos nos queixar, mas qual o pensamento deste pessoal que poderá vir a assumir?”, questionou.

O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, apresentou, nesta quarta, o painel ‘O Brasil e o Agronegócio’ em edição da reunião-almoço ‘Tá na Mesa’, que faz parte da comemoração dos 95 anos da Federasul. Na ocasião, ele aproveitou para analisar os cenários do setor primário, além de relembrar o início do segmento agrícola no País.