Otan vai deixar 300 mil soldados em alerta máximo após ameaça russa

Anúncio ocorreu às vésperas de reunião de cúpula da aliança, em Madri

Jens Stoltenberg. Foto: Reprodução/ Tiwtter/OTAN

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) prometeu, nesta segunda-feira, aumentar drasticamente o número de tropas que mantém em “alto nível de prontidão” em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia. De acordo com o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, o número de soldados em alerta máximo deve saltar de 40 mil para 300 mil nos próximos meses. As informações foram publicadas pela Agência Estado (AE).

O anúncio do líder da Otan ocorreu às vésperas de uma reunião de cúpula da aliança, em Madri, desta terça-feira até quinta, que deve definir aspectos importantes do posicionamento da Otan sobre a Ucrânia e o futuro da parceria entre os países-membros. Stoltenberg classificou a etapa como a “maior revisão de defesa e dissuasão coletiva desde a Guerra Fria”.

Mudança
Transformar a força de resposta rápida da Otan, que conta com cerca de 40 mil soldados, é apenas uma das maneiras pelas quais a aliança pretende responder à invasão da Ucrânia pela Rússia. De acordo com os planos, a aliança também vai transferir estoques de munições e outros suprimentos para o Leste Europeu, uma transição que deve ser concluída em 2023.

Em Madri, os aliados discutirão ainda planos para reforçar as fronteiras com Belarus e Rússia, delinear um novo modelo de força, anunciar financiamentos e publicar um “pacto estratégico” para os próximos anos, de acordo com diplomatas da Otan.

Na última vez em que a aliança publicou esse tipo de documento estratégico, em 2010, os laços com a Rússia eram mais amigáveis. A versão mais recente “deixará claro que os aliados consideram Moscou como a ameaça mais significativa e direta”, disse Stoltenberg.

Suécia e Finlândia
Os países da Otan também debaterão os pedidos de adesão de Suécia e Finlândia. Até agora, a Turquia bloqueou as propostas dos países, acusando ambos de abrigar grupos “terroristas” – como os turcos se referem aos separatistas curdos.

Tanto Stoltenberg quanto a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, disseram na semana passada que seguiam tentando convencer a Turquia a mudar de ideia e aceitar a entrada dos dois países antes da cúpula de Madri.

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan, confirmou reuniões tanto com Magdalena quanto com o presidente finlandês, Sauli Niinisto. Stoltenberg, porém, tratou de reduzir as expectativas de um acordo. “É muito cedo para dizer que tipo de progresso podemos alcançar”, disse.

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