Há quase uma década, era escrito o último capítulo, pelo menos futebolístico, do estádio Olímpico. Uma tímida vitória do Grêmio diante do Veranópolis, por 1 a 0 pelo Campeonato Gaúcho de 2013, marcou a despedida entre a torcida e o grupo profissional de jogadores, naquele 17 de fevereiro. Ainda aconteceram alguns jogos de equipes juniores e o estádio recebeu treinos dos titulares até 2014. Desde então, fechou de vez as portas para o futebol.
O Grêmio deixou a cancha inaugurada em 1954, e foi para a Arena, na zona Norte de Porto Alegre. Passaram-se os anos e o lugar marcado por históricas conquistas, como a Libertadores da América, Brasileiros e Copas do Brasil, lentamente se transforma em ruínas. Com as estruturas debilitadas, mato alto em grande parte do terreno e sem utilidade, o Estádio Olímpico definha, a passo lento, sem previsão de demolição ou revitalização.
O futuro do estádio é incerto. A área ainda pertence ao Grêmio, que é responsável pela segurança e manutenção. O clube informou que os gastos com o estádio Olímpico são de R$ 100 mil mensais. A transferência do terreno para a OAS e Karagounis ainda não ocorreu pois é atrelada à transferência da Arena ao Grêmio.
“O Grêmio somente deverá transferir o estádio Olímpico quando a OAS estiver apta a transferir a propriedade da Arena livre e desembaraçada de quaisquer ônus, o que não ocorre hoje devido à pendência de execução das obras do entorno, entre outras questões, todas de responsabilidade da OAS,” respondeu o clube. Em resposta, a OAS aponta que o assunto é “diretamente com a Karagounis”.
“A Karagounis, como detentora de parte da propriedade do imóvel Arena do Grêmio, cumpriu com suas obrigações e neste momento aguarda as providências das demais empresas relacionadas com o Contrato Arena do Grêmio para a implementação da permuta dos imóveis Arena do Grêmio e Olímpico”, respondeu em nota a empresa. Conforme informou o colunista Hiltor Mombach, do Correio do Povo, na edição de quinta-feira (dia 23/06), o “caso está em segredo de justiça”.
“É uma pena ver ele (Olímpico) assim”, comenta o assistente de serralheiro Sander Rocha, 25 anos. Ele vê de perto a triste situação do estádio que já foi palco de grandes jogos, porque trabalha em uma garagem em frente ao velho estádio. As grandes partidas foram substituídas pelo abandono. Durante um tempo, foi alvo de vândalos, ponto de drogadição, e até mesmo um cemitério de ônibus, quando mais de cem ônibus da Carris, fora de uso, ficaram ali até março deste ano.