O Universo Pecuária – Futuro, Negócio e Sustentabilidade (UP) foi lançado oficialmente nesta quinta-feira (23) em Porto Alegre (RS). O ato ocorreu no auditório da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e reuniu diversas autoridades e lideranças de entidades ligadas ao agronegócio gaúcho. O Universo Pecuária, que será realizado de 1° a 6 de novem bro, no Parque de Exposições Olavo de Almeida Macedo, em Lavras do Sul (RS), será uma grande feira de negócios e eventos tecnológicos, econômicos, ambientais e culturais.
O coordenador técnico do evento, Davi Teixeira, destacou que o UP é baseado em quatro eixos: “Negócios, finanças verdes e sustentabilidade”, “Educação, cultura e turismo”, “Ciência tecnologia e inovação” e “Políticas, projetos e investimentos”. O UP tem como objetivos conectar empresas e instituições do agronegócio no contexto da sustentabilidade; impulsionar a evolução da cadeia pecuária e o engajamento da sociedade com o setor; co ncentrar discussões, construção e apresentação de soluções para a pecuária brasileira. Outra meta é crescer e se tornar um evento referência do setor pecuário em nível estadual, nacional e internacional. “O Universo Pecuária será uma grande feira de negócios, um evento perene que discutirá a sustentabilidade da pecuária”, disse Teixeira.
O Universo Pecuária terá palestras e debates técnicos e empresariais com foco na pecuária sustentável e o Mulheragro. Contará com oficinas, seminários e dias de campo e pretende ser uma mostra de produtos e insumos ligados à pecuária, como máquinas e implementos agrícolas, genética (sêmen), adubos e fertilizantes, entre outros. E, a exemplo da Expodireto, de Não-Me-Toque (RS), que serve de inspiração, também terá um salão de inovação e tecnologia. O espaço terá capacidade para receber startups que oferecem serviços e tecnologias voltadas à pecuária sustentável. O coorde nador técnico afirmou que o UP trará oportunidades não apenas para Lavras do Sul, mas também para a Metade Sul do Estado, que começa a ser vista com mais atenção por investidores. “Lavras do Sul e a região serão referência em pecuária sustentável”, assinalou.
O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, destacou que o UP se propõe a discutir a sustentabilidade da pecuária em um momento em que a atividade não reina mais sozinha nos campos da Metade Sul. “A pecuária já reinou sozinha, secundada pela produção de arroz, mas hoje, divide espaço com projetos de transformação e também acaba se beneficiando da transformação desse ambiente”, destacou. O dirigente lembrou que, quando o produtor adota mais tecnologia, a pecuária emite menos carbono na atmosfera. “E isso gera riquezas e mexe com as nossas vidas”, completou.
O secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Domingos Velho Lopes, também ressaltou que a pecuária é uma atividade que emite gases do efeito estufa, mas também sequestra carbono para a atmosfera. “Não existe atividade carbono zero e o balanço de carbono dentro da atividade é positivo”, frisou.
O evento, que é promovido pelo Sindicato Rural e Prefeitura de Lavras do Sul, tem apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa (Sebrae-RS) e da Cooperativa Tritícola Caçapavana (Cotrisul). E já tem confirmadas ações da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional do Rio Grande do Sul (OAB-RS), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS), do Instituto Desenvolve Pecuária e da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), entre outras e ntidades.
A programação contará com cinco remates durante os seis dias do evento. Um deles será a Feira de Primavera de Terneiros de Corte, além de um remate promovido pela Alianza del Pastizal, entidade que promove em vários países a conservação da biodiversidade por meio da pecuária. Também está previsto leilão de ventres bovinos e um remate com a participação exclusiva de produtoras rurais.
Boi verde – Município de cerca de 7,6 mil habitantes na região da Campanha gaúcha, Lavras do Sul tem hoje um rebanho de 190 mil bovinos e se destaca pela pecuária sustentável, com a produção do chamado boi verde, sem agressões ao meio ambiente. Importante polo de negócios, o município viveu neste ano um significativo incremento de vendas, estimando um faturamento anual de remates na casa dos R$ 200 milhões, contra R$ 75 milhões de 2020.