Incêndio começou perto dos únicos pontos de saída, dizem testemunhas à Polícia de Carazinho

De acordo com delegada, internos de centro terapêutico tentaram sair pelas janelas basculantes

Foto: Guilherme Almeida/CP

A investigação preliminar do incêndio em um centro terapêutico de Carazinho, que deixou 11 mortos na noite dessa quinta-feira, aponta que o fogo pode ter começado na entrada da casa, onde ficavam os únicos pontos de saída do local. De acordo com a delegada Rita De Carli, os internos já dormiam no momento do início das chamas e a distância do alojamento da sala pode ter dificultado o conhecimento do incêndio.

“Em função de ser um centro para dependentes, eles tinham uma rotina bem rígida, com horário de trabalho e para dormir. Eles costumavam dormir cedo, não mais que 22h. No horário que pegou fogo, todos já estavam dormindo”, explicou a delegada à reportagem do Correio do Povo, nesta sexta-feira.

O prédio, segundo Rita, tinha três portas de ingresso e saída do local, que ficavam localizadas mais próximas da entrada do centro, onde havia uma sala de recepção.

Até o momento, foram ouvidas três testemunhas, todas vítimas sobreviventes. Todas narraram ter notado fogo mais intenso próximo da entrada. “[Disseram que] Quando acordaram o prédio já estava todo em chamas. Ou foi muito rápido ou demoraram para perceber o fogo”, conta a delegada. Segundo ela, os internos tentaram sair do local pelas janelas, já que havia muito fogo no corredor que dava acesso às portas da entrada. “Eles tentaram sair pelas janelas, mas elas eram basculantes. É impossível uma pessoa cruzar aquela estrutura”, explica.

Uma das vítimas tentou cruzar o corredor, chegou a ser resgatada com vida, mas morreu no hospital. “A versão que está se construindo até agora é de que o fogo começou próximo da entrada e foi se expandindo. Vamos ver o que o perícia apresenta de resultados”, afirmou a responsável pela investigação.

“Em princípio, a gente não trabalha com a hipótese de um incêndio criminoso porque não há elementos indicando isso (…) Na sequência vamos ampliar o leque de testemunhas, representantes da empresa, documentação do centro”, pontuou.