Caso Ronei: segundo dia do júri popular é marcado por oitiva de testemunhas

Expectativa de que destino dos três primeiros réus seja definido amanhã

Familiares do adolescente, morto em 2015, acompanham os trabalhos em Charqueadas. Foto: Juliano Verardi/TJRS

O julgamento dos três primeiros réus pelo assassinato de Ronei Faleiro Júnior, em agosto de 2015, chega ao seu segundo dia nesta quinta-feira (23). A nova etapa dos trabalhos no Foro de Charqueadas, cidade localizada na Região Carbonífera, deve ser marcada pela oitiva de testemunhas. A expectativa é de que o júri chegue ao fim amanhã.

No primeiro dia do julgamento, o Conselho de Sentença ouviu os relatos das pessoas que acompanhavam a vítima no momento em que ela foi morta por espancamento. O pai do adolescente, Ronei Faleiro, foi o primeiro a falar. Emocionado, ele declarou que o filho foi “julgado, sentenciado e executado em uma calçada”.

Depois, os amigos que acompanhavam Ronei Júnior na festa que antecedeu o assassinato, Richard Saraiva de Almeida e Francielle Wincke, também prestaram depoimento. Ambos solicitaram que a fala não fosse transmitida nos canais oficiais do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ/RS). Cada um deles testemunhou por cerca de 1h30min.

A primeira testemunha foi o delegado Rodrigo Reis, titular da DP de Charqueadas à época dos fatos. Ele relatou aos jurados que há relatos de que Richard já havia sido ameaçado por um dos réus dentro da festa. Outro fato que chamou a atenção dele foi o depoimento de uma das organizadoras da festa, que teria visto dois grupos à espreita, na rua.

Réus

O júri que está em andamento visa determinar as responsabilidades de três dos nove réus pela morte de Ronei Faleiro Júnior. Peterson Patric Oliveira, Vinícius Adonai da Silva, o “Gordo”, e Leonardo Macedo da Cunha, o “Piá”, respondem pelo crime em liberdade. Os demais acusados serão julgados no próximo mês, em duas datas diferentes.

Relembre o caso

A investigação da Polícia Civil concluiu que os réus faziam parte de um grupo conhecido como “Bonde da Aba Reta”. Eles teriam perseguido Ronei Faleiro Júnior e um casal de amigos, Richard e Francielle, na saída de uma festa que servia para arrecadar fundos para a formatura dos jovens no Ensino Médio.

Primeiro, os agressores arremessaram garrafas contra as vítimas. Depois, cercaram o trio, que tentava entrar no carro do pai de Ronei. Ali, agrediram o jovem com chutes e socos. Parte dos fatos foi registrada por câmeras de monitoramento. A motivação da briga foi o fato de Richard ser de São Jerônimo, cidade vizinha a Charqueadas.

Os feridos chegaram a ser levados ao Hospital de Charqueadas e, depois, ao Hospital Santo Antônio, de Porto Alegre. O adolescente morreu na ambulância. O principal golpe, que provocou traumatismo crianiano em Ronei Júnior, teria sido ocasionado por um soco. Os acusados alegam que uma doença autoimune agravou a situação da vítima.

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