O presidente Jair Bolsonaro admitiu nesta quarta-feira ter dificuldades para fazer a troca de presidentes da Petrobras e afirmou que, com novos membros na diretoria, é possível modificar a política de preços adotada pela estatal. “O presidente (José Mauro Ferreira Coelho) renunciou. Agora botaram um interino. O indicado pelo ministro (de Minas e Energia) não é ele, é outro cidadão, então, estamos com dificuldade. Era para ser colocado ontem, passou para hoje, daqui a pouco passa para a semana que vem”, disse em entrevista à Rádio Itatiaia.
“Qual a ideia desse novo presidente da Petrobras? Obviamente, ele vai trocar seus diretores. Eu não posso ser eleito presidente, tomar posse e não trocar os ministros. Assim é em qualquer lugar. E esses novos vão dar uma nova dinâmica, estudar a questão do PPI (Preço de Paridade Internacional). Se for o caso, o próprio conselho muda o PPI”, prosseguiu.
José Mauro Coelho pediu demissão do comando da Petrobras na segunda-feira após pressão feita por Bolsonaro e pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Assumiu o posto, de forma interina, o diretor executivo de Exploração e Petróleo, Fernando Borges.
A exoneração ocorreu ainda após um novo anúncio de reajuste no preço dos combustíveis. Os aumentos são definidos pela direção da Petrobras e pelos conselheiros da estatal, em maioria indicados pelo governo federal. Atualmente, o grupo é formado por 11 membros, sendo seis indicados pelo presidente Jair Bolsonaro).
O chefe do Executivo Nacional, porém, criticou o conselho. “Foi trocado o ministro de Minas e Energia, e a Petrobras está debaixo dele. O que é natural? É trocar o pessoal. Estamos tentando trocar, sim. Agora, a dificuldade de trocar (os nomes) passa pela análise do Conselho de Administração, que tem relutado em aceitar tudo isso aí”, argumentou o presidente.
Na terça-feira, o Comitê de Elegibilidade da Petrobras recebeu os relatórios necessários para analisar o nome de Caio Mário Paes de Andrade, indicado por Bolsonaro para assumir a presidência da empresa. Agora, o grupo vai votar a indicação na sexta-feira. Se aprovado, o nome deve ser referendado em assembleia-geral extraordinária.