Corpos de Bruno e Dom serão entregues às famílias nesta quinta

Polícia Federal concluiu perícia de restos mortais encontrados na última semana e vai liberar corpos para despedida

Foto: Reprodução/Record TV

Os corpos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips serão entregues às famílias de cada um, na tarde desta quinta-feira, segundo a Polícia Federal (PF). Os dois foram assassinados por pescadores durante uma expedição na região do Vale do Javari, no Amazonas, enquanto faziam entrevistas para a produção de um livro e reportagens sobre invasões das terras indígenas da região.

Nesta quarta-feira, a PF informou ter concluído a perícia dos restos mortais das duas vítimas. De acordo com a corporação, “as amostras biológicas apontaram a presença de dois perfis genéticos distintos nos remanescentes humanos” encontrados na semana passada. A corporação também declarou que “os trabalhos dos peritos do Instituto Nacional de Criminalística continuarão nos próximos dias concentrados na análise de vestígios diversos do caso”.

Três pessoas já foram presas em razão dos crimes: os pescadores Amarildo da Costa Oliveira — que confessou ter matado Bruno e Dom e indicou o local onde os corpos foram enterrados —, o irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, além de Jefferson da Silva Lima. Segundo a equipe de investigação, está sendo apurada a participação de, pelo menos, oito pessoas no caso.

Dom e Bruno foram baleados e tiveram os corpos esquartejados, queimados e enterrados em uma área de difícil acesso. Os criminosos também afundaram o barco da dupla.

Caso
O jornalista inglês Dom Phillips e o indigenista brasileiro Bruno Pereira desapareceram em 5 de junho, após terem sido vistos pela última vez na comunidade São Rafael, nas proximidades da entrada da Terra Indígena Vale do Javari. A área, considerada a maior do mundo com registro de povos isolados, é pressionado há anos pela atuação de pescadores, garimpeiros, madeireiros ilegais e narcotraficantes.

Dom vivia em Salvador, na Bahia, e fazia reportagens sobre o Brasil havia 15 anos para o New York Times e o Washington Post, bem como para o jornal britânico The Guardian. Bruno era servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai), mas havia se licenciado em 2019, depois de ter sido exonerado da chefia da Coordenação de Índios Isolados e de Recente Contato.