Dom e Bruno: Univaja rebate PF e acusa suspeitos de integrar organização criminosa

Mais cedo, corporação indicou que não existem mandantes ou relação das mortes com o crime organizado

Foto: Guilherme Mendes/Record TV

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) afirmou, nesta sexta-feira, que os pescadores Amarildo da Costa de Oliveira e Oseney da Costa Oliveira, presos sob suspeita de atuarem no assassinato do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, fazem parte de uma organização criminosa. A entidade rebate declarações da Polícia Federal sobre o caso.

A corporação afirmou, também nesta sexta, que as investigações apontaram que “não existem mandantes” para o crime, e que os suspeitos não compõem o crime organizado. De acordo com a Univaja, porém, diversos documentos com nomes, formas de atuação e com detalhes sobre a organização criminosa foram repassados à PF e ao Ministério Público Federal (MPF) no segundo semestre do ano passado.

A entidade declara que o grupo criminoso atua na invasão de terras indígenas e que a crueldade das mortes de Dom e Bruno, que foram esquartejados e depois tiveram os corpos incendiados e enterrados, revela que eles atravessaram os interesses da organização criminosa ao denunciarem invasões das comunidades ocupadas pelos indígenas na região.

“A nota à imprensa, emitida pela PF hoje (17/06/22), corrobora com aquilo que já destacamos: as autoridades competentes, responsáveis pela proteção territorial e de nossas vidas, têm ignorado nossas denúncias, minimizando os danos, mesmo após os assassinatos de nossos parceiros, Pereira e Phillips”, sustenta a Univaja.

“Esse grupo de caçadores e pescadores profissionais, envolvido no assassinato de Pereira e Phillips, foi descrito pela Equipe de Vigilância da Univaja (EVU) em ofícios enviados ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal e à Fundação Nacional do Índio. Descrevemos nomes dos invasores, membros da organização criminosa, seus métodos de atuação, como entram e como saem da terra indígena, os ilícitos que levam, os tipos de embarcações que utilizam em suas atividades ilegais”, completa a entidade.