Vídeo exibe encontro entre suspeito pelo crime no AM e indigenista Bruno Pereira

Rede Al Jazeera gravou vigilantes indígenas no rio Itaquaí abordando embarcação de Amarildo Oliveira, o "Pelado"

Foto: Reprodução/Al Jazeera

Imagens publicadas pela rede Al Jazeera trouxeram à tona uma antiga abordagem de vigilantes indígenas, entre eles o indigenista Bruno Pereira, a uma embarcação usada pelo pescador Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como “Pelado”, no Vale do Javari, no Amazonas. Amarildo é um dos principais suspeitos de ter assassinado o indigenista e o jornalista britânico Dom Phillips.

As imagens (veja o vídeo abaixo) foram feitas há alguns meses pela jornalista brasileira Monika Kiev e pelo cinegrafista francês Jules Guepratte e divulgadas pela plataforma Headline. Na gravação, é possível ver a lancha da vigilância indígena, onde está Pereira, que integra a patrulha. O grupo se aproxima da embarcação de “Pelado” e um dos membros, Joel Rodrigues, alerta o pescador sobre a proximidade com a terra indígena Vale do Javari.

“Essa área toda aqui é zona de pesca. Tu sabes disso. Essa área toda aqui é da comunidade. Não tem nada a ver com indígena, não. Vai tomar teu rumo aí”, respondeu o pescador. “Quando eles estão pescando aí, eles sempre vêm aí no bagulho”, completou.

De acordo com a publicação, o encontro ocorreu no rio Itaquaí, onde Araújo e Phillips foram vistos pela última vez, em 5 de junho. Os restos mortais encontrados nas buscas chegaram a Brasília no início da noite desta quinta-feira. Os vestígios foram transportados de Atalaia do Norte (AM) para o Instituto de Criminalista da Polícia Federal, onde passarão por perícia para confirmação das identidades — os resultados devem ser divulgadas na próxima semana.

Os remanescentes humanos foram encontrados por agentes depois que “Pelado” confessou ter matado Araújo e Phillips, esquartejado, queimado e enterrado os corpos a mais de 3 km da margem do rio Itaquaí.

Irmão do “Pelado”, o pescador Osoney da Costa também está preso. Os dois foram vistos por testemunhas perseguindo a lancha da dupla. O superintendente da Polícia Federal, Eduardo Alexandre Fortes, afirmou que mais pessoas podem estar envolvidas no caso.