A Polícia Federal investiga a ligação de um traficante internacional com os desaparecimentos, na região amazônica, do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista e servidor da Funai Bruno Pereira, segundo fonte da corporação. Após dois suspeitos terem sido presos, os policiais dizem estar apurando a participação de, pelo menos, mais duas pessoas. Uma delas, o suposto mandante, é um traficante de cocaína, com forte atuação na rota entre Brasil e Peru. O governo peruano colabora com a investigação, de acordo com a mesma fonte, que conversou com o portal R7.
Com o primeiro detido, Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como “Pelado”, foram apreendidas uma arma de fogo de uso restrito e uma pequena porção da droga. Nesta terça-feira, a PF também prendeu Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “dos Santos”.
A região do desaparecimento está dentro de área de 1,2 mil quilômetros pertencente à rota da cocaína entre Brasil e Peru. Dom Phillips e Bruno Pereira não são vistos desde 5 de junho, quando sumiram na região da Terra Indígena do Vale do Javari.
Ao depor, o primeiro suspeito afirmou que é pescador há 30 anos, que conhecia Bruno Pereira de vista e que, no dia do desaparecimento, o viu passando de barco, mas não saiu de casa. Após a audiência de custódia, ele teve a prisão estendida por um mês.
Phillips e Pereira faziam pesquisas e entrevistas na região para a produção de um livro e de reportagens sobre invasões nas áreas indígenas por garimpeiros ilegais, madeireiros e narcotraficantes.
O servidor da Funai, que está licenciado das funções no órgão, era alvo de ameaças constantes por parte de garimpeiros e madeireiros na região. Segundo a União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Bruno havia sido intimidado dias antes da viagem.