Preços da indústria têm alta de 1,94% em abril, aponta IBGE

Crédito: José Paulo Lacerda/CNI

Os preços no setor industrial fecharam o mês de abril com uma alta de 1,94% na comparação com o mês anterior. O percentual representa recuo no resultado de março, quando houve alta de 3,12%. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa ficou em 18% e no acumulado do ano, o indicador atingiu 6,94%.

Os dados estão incluídos no Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado hoje (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme os dados do indicador, as quatro maiores variações foram observadas nas indústrias extrativa (-11,54%); refino de petróleo e biocombustíveis (6,57%); farmacêutica (6,51%); e metalurgia (6%).

As maiores influências foram no refino de petróleo e biocombustíveis (0,80 ponto percentual); indústrias extrativas (- 0,70 ponto percentual), outros produtos químicos (0,45 ponto percentual) e alimentos (0,44 ponto percentual).

O IPP mede a variação dos preços de produtos na chamada porta da fábrica, o que significa que não inclui impostos e nem frete. Ao todo são pesquisadas 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação. Entre elas, 18 apresentaram alta em abril. Os valores de bens intermediários, que representam a maior parte da indústria brasileira, cresceram menos em abril (1,81%) do que em março (3,70%).

No entanto, houve aceleração na variação dos preços de bens de consumo, que passou de 2,88% em março para 3,37% em abril. Os bens de consumo duráveis foram influenciados pela variação positiva dos automóveis, que têm peso grande no segmento. No caso dos bens de consumo não duráveis, a influência foi a variação dos preços da gasolina e dos alimentos, especialmente leite e derivados, por causa do aumento de custos e problemas na captação nas bacias leiteiras, além do açúcar e da carne.

O indicador mostrou ainda que a elevação dos preços tem acompanhado o mercado internacional. O percentual de 6,57% representa a quarta variação positiva consecutiva no setor. O acumulado no ano alcançou 22,8% e o acumulado em 12 meses, 52,14%. O setor foi o que apresentou a segunda maior variação no indicador mensal, a primeira no acumulado no ano e no acumulado em 12 meses, por ser a maior influência nos três indicadores.

Pesquisa

Segundo o IBGE, o IPP acompanha a mudança média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços, e sua evolução ao longo do tempo, sinalizando as tendências inflacionárias de curto prazo no país.

A pesquisa é realizada em pouco mais de 2,1 mil empresas para apurar os preços recebidos pelo produtor, isentos de impostos, tarifas e fretes e definidos segundo as práticas comerciais mais usuais. No total, coleta mensalmente cerca de 6 mil preços.