Parque Marinha do Brasil é o principal alvo de ações criminosas que envolvem furtos de cabos de energia em Porto Alegre

Levantamento da Secretaria Municipal de Segurança revelou que, ao todo, nove ocorrências deste tipo de crime já foram atendidas pela Guarda Municipal em 2022

Parque Marinha do Brasil | Foto: Guilherme Almeida/CP

Um levantamento da Secretaria Municipal de Segurança apontou que, com três ocorrências, o Parque Marinha do Brasil é o espaço público da capital em que foram registrados mais crimes envolvendo furto de fios e cabos de energia em 2022.

Além do Marinha, o balanço também detalha que foram registrados outros dois casos na Praça Júlio Mesquita, mais dois no Parque Moinhos de Vento (Parcão), um na Praça Dom Feliciano e outro na Praça Dom Sebastião. Conforme a Pasta, desde o início do ano, nove casos do tipo foram atendidos pela Guarda Municipal. Já no ano passado, foram registradas 11 ocorrências dessa natureza.

Conforme o secretário municipal de Segurança, coronel Mário Ikeda, a prefeitura vem intensificando ações, inclusive em parceria com o governo estadual, nas áreas com maior presença da população, com objetivo de minimizar o prejuízo.

“A gente tem dado uma atenção especial aos parques e praças, principalmente àqueles com maior incidência como o Parcão, a Orla e a Redenção, para reduzir o número dessas ocorrências. Sabemos que é uma situação difícil, pois ela pode acontecer a qualquer hora, mas elas acontecem, principalmente, durante a noite”,  ressaltou o secretário, que também apelou para que a população auxilie o município na fiscalização, denunciando esses crimes.

De acordo com a prefeitura, não foram contabilizadas no levantamento, pelo menos, outras duas ocorrências: uma na Praça Júlio Mesquita e outra na Redenção, essa última atendida pela Brigada Militar, que causou aos cofres públicos um prejuízo de R$ 600 mil.

Por conta desse cenário, o prefeito Sebastião Melo (MDB) visitou a Câmara Municipal, na última segunda-feira, para dialogar com os vereadores. Na ocasião, ele sugeriu a criação de uma comissão especial para tratar do assunto.

O prefeito também destacou que o município não consegue monitorar todos os parques da cidade, já que não dispõe de efetivo suficiente na Guarda Municipal.

Na mesma linha, o secretário Ikeda reconhece que o órgão é sobrecarregado pela demanda, e não consegue estar presente em todos os locais, mesmo tendo registrado um aumento de 63% nas prisões nos primeiros quatro meses de 2022, em comparação com o mesmo período do ano passado.

“As demanda são muitas e os recursos são finitos. Nós estamos fazendo o melhor que a gente pode, priorizando, a cada momento, a atuação nas demandas que estão acontecendo, para que a gente possa primeiro prevenir e segundo reprimir esse tipo de ocorrência”, pontuou.

Questionado sobre o efetivo da Guarda Municipal, Ikeda destacou que o município pretende, ainda neste ano, realizar um processo seletivo para o órgão. A expectativa é que sejam criadas, em um primeiro momento, cerca de 50 vagas.

O secretário também lembrou que no ano passado os vereadores aprovaram um projeto de lei que fixa em 25 anos a idade máxima para ingressar na Guarda Municipal. O objetivo, segundo Ikeda, é renovar o efetivo do órgão, cuja idade média é de 52 anos.

Ferros-velhos

Nesta quarta, a Câmara Municipal aprovou um projeto de lei, de autoria dos vereadores Comandante Nádia (PP) e José Freitas (Republicanos), com o objetivo de regulamentar a atividade de ferro-velho em Porto Alegre.

Na prática, os estabelecimentos devem apresentar documentação comprobatória de aquisições dos veículos desmanchados e de peças adquiridas em estoque; documentação das movimentações das peças resultantes dos desmanches de veículos automotores; e de escrituração comercial de todas as vendas realizadas no período de um ano. O texto estabelece, ainda, que os comerciantes terão prazo máximo de 60 dias para escriturar e registrar os materiais em estoques após a sanção da lei, pelo prefeito Sebastião Melo.

A proposição também busca coibir a receptação de cabos e fios de energia, já que os proprietários dos ferros-velhos terão de comprovar a origem do material que receberão.