Um levantamento da Secretaria Municipal de Segurança apontou que, com três ocorrências, o Parque Marinha do Brasil é o espaço público da capital em que foram registrados mais crimes envolvendo furto de fios e cabos de energia em 2022.
Além do Marinha, o balanço também detalha que foram registrados outros dois casos na Praça Júlio Mesquita, mais dois no Parque Moinhos de Vento (Parcão), um na Praça Dom Feliciano e outro na Praça Dom Sebastião. Conforme a Pasta, desde o início do ano, nove casos do tipo foram atendidos pela Guarda Municipal. Já no ano passado, foram registradas 11 ocorrências dessa natureza.
Conforme o secretário municipal de Segurança, coronel Mário Ikeda, a prefeitura vem intensificando ações, inclusive em parceria com o governo estadual, nas áreas com maior presença da população, com objetivo de minimizar o prejuízo.
“A gente tem dado uma atenção especial aos parques e praças, principalmente àqueles com maior incidência como o Parcão, a Orla e a Redenção, para reduzir o número dessas ocorrências. Sabemos que é uma situação difícil, pois ela pode acontecer a qualquer hora, mas elas acontecem, principalmente, durante a noite”, ressaltou o secretário, que também apelou para que a população auxilie o município na fiscalização, denunciando esses crimes.
De acordo com a prefeitura, não foram contabilizadas no levantamento, pelo menos, outras duas ocorrências: uma na Praça Júlio Mesquita e outra na Redenção, essa última atendida pela Brigada Militar, que causou aos cofres públicos um prejuízo de R$ 600 mil.
Por conta desse cenário, o prefeito Sebastião Melo (MDB) visitou a Câmara Municipal, na última segunda-feira, para dialogar com os vereadores. Na ocasião, ele sugeriu a criação de uma comissão especial para tratar do assunto.
O prefeito também destacou que o município não consegue monitorar todos os parques da cidade, já que não dispõe de efetivo suficiente na Guarda Municipal.
Na mesma linha, o secretário Ikeda reconhece que o órgão é sobrecarregado pela demanda, e não consegue estar presente em todos os locais, mesmo tendo registrado um aumento de 63% nas prisões nos primeiros quatro meses de 2022, em comparação com o mesmo período do ano passado.
“As demanda são muitas e os recursos são finitos. Nós estamos fazendo o melhor que a gente pode, priorizando, a cada momento, a atuação nas demandas que estão acontecendo, para que a gente possa primeiro prevenir e segundo reprimir esse tipo de ocorrência”, pontuou.
Questionado sobre o efetivo da Guarda Municipal, Ikeda destacou que o município pretende, ainda neste ano, realizar um processo seletivo para o órgão. A expectativa é que sejam criadas, em um primeiro momento, cerca de 50 vagas.
O secretário também lembrou que no ano passado os vereadores aprovaram um projeto de lei que fixa em 25 anos a idade máxima para ingressar na Guarda Municipal. O objetivo, segundo Ikeda, é renovar o efetivo do órgão, cuja idade média é de 52 anos.
Ferros-velhos
Nesta quarta, a Câmara Municipal aprovou um projeto de lei, de autoria dos vereadores Comandante Nádia (PP) e José Freitas (Republicanos), com o objetivo de regulamentar a atividade de ferro-velho em Porto Alegre.
Na prática, os estabelecimentos devem apresentar documentação comprobatória de aquisições dos veículos desmanchados e de peças adquiridas em estoque; documentação das movimentações das peças resultantes dos desmanches de veículos automotores; e de escrituração comercial de todas as vendas realizadas no período de um ano. O texto estabelece, ainda, que os comerciantes terão prazo máximo de 60 dias para escriturar e registrar os materiais em estoques após a sanção da lei, pelo prefeito Sebastião Melo.
A proposição também busca coibir a receptação de cabos e fios de energia, já que os proprietários dos ferros-velhos terão de comprovar a origem do material que receberão.