Para Queiroga, surto de varíola do macaco ainda não preocupa

Ministro da Saúde garante que pasta monitora evolução da doença no mundo, mas descarta risco para o Brasil no momento

Foto: Marcos Lopes/MS

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta quinta-feira que a varíola do macaco ainda não é motivo de preocupação para o Brasil. De acordo com ele, o governo federal vai acompanhar a evolução mundial da doença. Por ora, ele descarta que o país tenha risco de um surto. Até o momento, nenhum caso da enfermidade se confirmou em solo brasileiro.

“Não é um motivo de preocupação. É um motivo de monitorar e verificar como é que esse cenário se estabelece no mundo inteiro”, declarou Queiroga. “Eu estive agora na OMS [Organização Mundial da Saúde], e esse tema foi tratado lá. Há um monitoramento desses casos, mas não há uma preocupação efetiva com um impacto maior dessa situação no Brasil”, acrescentou.

O ministro ainda comentou que, agora, o governo brasileiro não pensa em imunizar a população contra a varíola do macaco. No entanto, caso o país seja acometido por um surto, o Ministério da Saúde pode montar um esquema de vacinação.

“Ainda não temos vacinas disponíveis em larga escala e não temos dados objetivos acerca dessa questão. Mas se houver um consenso nesse sentido [de vacinar os brasileiros] e houver uma política pública efetiva, se localizará o público alvo e, eventualmente, se tomará toda medida que for necessária”, afirmou.

Nesta semana, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações constituiu, em caráter consultivo, uma câmara técnica de pesquisa para acompanhar os desdobramentos científicos sobre o vírus da varíola do macaco. Além disso, o Ministério da Saúde montou um grupo de trabalho para monitorar a evolução do surto da doença e definir protocolos para identificar possíveis casos que surjam no Brasil.

Vinte e dois países atingiram, na tarde desta quinta-feira, mais de 300 casos confirmados da doença, que se espalhou, sobretudo na Europa, desde o começo de maio. Até então, só o continente africano havia registrado surtos da enfermidade.

Dados de um acompanhamento em tempo real feito pela iniciativa Global.health, de pesquisadores de universidades como Harvard e Oxford, além de informações de governos, revelaram que a Inglaterra lidera em número de casos confirmados – 85 até o momento -, seguida da Espanha, com 84, e de Portugal, com 58.

Outros 79 casos considerados suspeitos seguem aguardando a confirmação por exames de laboratório. Desses, 61 na Espanha. No Reino Unido, local com maior número de infectados, autoridades sanitárias mantêm as investigações epidemiológicas para entender como uma doença considerada de baixa transmissão entre humanos vem se espalhando tão rapidamente.

Chefe do departamento de Doenças Emergentes e Zoonoeses da Organização Mundial da Saúde (OMS), a epidemiologista Maria Van Kerkhove afirmou nesta semana que estes “não são padrões típicos de transmissão da varíola do macaco”, mas ressaltou que o vírus é muito diferente do que causa a Covid-19, minimizando as chances de uma disseminação global semelhante à que provocou a pandemia atual.

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