Covid-19 segue crescendo no Brasil, aponta Fiocruz

Cerca de 48% das ocorrências de SRAG registradas nas últimas quatro semanas são em função da doença

Foto: Mauro Schaefer/CP

boletim InfoGripe divulgado nesta quinta-feira pela Fiocruz sinaliza continuidade da tendência de aumento dos casos de Covid-19 em todas as regiões do país. Cerca de 48% das ocorrências de Síndrome Respiratório Aguda Grave (SRAG) registradas nas últimas quatro semanas são em função do coronavírus. Em relação aos óbitos por SRAG, 84% das notificações foram relacionadas ao Sars-CoV-2. A análise é referente à Semana Epidemiológica (SE) 20, no período de 15 a 21 de maio.

O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, ressalta que os dados atuais indicam a permanência da associação dessa tendência de crescimento de SRAG com o aumento de casos de Covid-19. “Essa propensão vem sendo observada desde a Semana Epidemiológica 17 (de 24 a 30 de abril)”, diz.

Em crianças de 0 a 4 anos, continua a predominância do Vírus Sincicial Respiratório (VSR), seguido dos casos de rinovírus, Sars-CoV-2 e metapneumovírus. Nas demais faixas etárias, o Sars-CoV-2 é predominante entre os casos com identificação laboratorial. No Rio Grande do Sul, observa-se presença de casos positivos para Influenza A (gripe) em diversas faixas etárias nas semanas recentes, com sinal de possível crescimento, ainda que em volume relativamente baixo.

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 3,5% para Influenza A; 0,4% para Influenza B; 30,1% para VSR; e 48,1% para Sars-CoV-2. Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 1,4% para Influenza A; 0% Influenza B; 6,6% para VSR; e 84% para Sars-CoV-2.

Unidades federativas e capitais

A análise aponta que 18 das 27 Unidades Federativas apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas): AC, AL, AM, AP, BA, DF, GO, MG, MT, PR, RJ, RN, RR, RS,  SC, SP, SE e TO.

Quanto às capitais, 20 das 27 unidades têm indícios de crescimento na tendência de longo prazo: Aracaju (SE), Belém (PA), Boa Vista (RR), plano piloto e arredores em Brasília (DF), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN) Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Paulo (SP) e Vitória (ES).

Casos de SRAG no país

Em nível nacional, os casos notificados de SRAG, independentemente de presença de febre, apresentam sinal forte de crescimento nas tendências de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas), com estimativa de 6,0 (5,3 – 6,9) mil casos na SE 20. “O sinal de crescimento recente está presente em faixas etárias da população adulta”, ressalta Gomes.