Dona de clínica de vacinas em Novo Hamburgo é condenada por estelionato

Caso ocorreu entre agosto de 2017 e fevereiro de 2018, no bairro Hamburgo Velho

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr

A Justiça de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, condenou uma empresária, acusada de enganar clientes de uma clínica de vacinas, a 7 anos e 6 meses de prisão em regime inicialmente fechado, pelo crime de estelionato. O juiz Guilherme Machado da Silva acolheu a denúncia do Ministério Público, que apontou o uso de ampolas vazias nos pacientes.

Testes de imunidade e a falta dos imunizantes no mercado foram alguns dos indicativos do crime. Entre as provas da acusação, constaram exames laboratoriais de vítimas que acreditaram ter sido vacinadas contra a febre amarela. A não aplicação das doses ficou comprovada por outros elementos de prova.

“O fato de terem sido encontrados vários frascos vazios guardados na geladeira da clínica é outro importante elemento a corroborar que a ré, mediante artifício e ardil, induzia e mantinha as vítimas em erro”, destacou o magistrado na decisão.

Na sentença, ficou comprovada a existência de dez vítimas, sendo cinco adultos e cinco crianças. Para o juiz, a conduta da empresária durante o interrogatório judicial demonstrou o descaso dela com a situação. O magistrado cita que a ré agiu de forma “dissimulada e provocadora, sem mínima consideração pelos clientes ou respeito pelas autoridades, acreditando-se inatingível e sem demonstrar qualquer remorso”.

O crime ocorreu no bairro Hamburgo Velho, em Novo Hamburgo, entre agosto de 2017 e fevereiro de 2018. A acusada ficou em prisão cautelar por sete meses, de fevereiro a setembro do mesmo ano. Ela ainda pode recorrer da decisão.