Ativistas percorrem pontos históricos e locais de protestos na Capital

Festival de fanfarras ativistas chamou a atenção dos porto-alegrenses com performances a apresentações musicais

Com humor e alegria, o grupo encantou com performances artísticas e muita música | Foto: Felipe Samuel

Apresentações de diversas bandas e intervenções artísticas marcaram o encerramento do Honk!POA na noite de domingo, na Capital. O festival de fanfarras ativistas que defende a ocupação das ruas como um processo de resistência coletiva e artística chamou a atenção dos porto-alegrenses. O cortejo “Caminhos da Ditadura” percorreu cenários de violações dos direitos humanos e também de resistência à ditadura militar, como a Esquina Democrática.

Com humor e alegria, o grupo encantou com performances artísticas e muita música. “Existe uma comunidade das bandas que chama as fanfarras, que já se encontram há muito tempo e que frequentam estes eventos. Então é também um encontro fanfarras, de instrumentos e é um evento que tem caráter ativista. Hoje o cortejo inteiro foi guiado por pontos que tem a ver com a história da ditadura em Porto Alegre. O evento sempre tem essa premissa, é um encontro de música, que celebra a felicidade, mas por fora tem um cunho ativista em todas as cidades que ele acontece”, explica o designer Felipe Cavalcante, 36, que saiu de Brasília para participar do evento.

A segunda edição do evento na Capital reuniu 14 bandas do Distrito Federal e dos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. O festival – que começou nos Estados Unidos – já contabiliza diversas edições no Brasil. Durante o trajeto até a Usina do Gasômetro, bandas e poetas se apresentavam ao público que acompanhava o cortejo. “Tem esse cunho de crítica, de reflexão coletiva. São vários coletivas envolvidos aqui em Porto Alegre”, observa. De acordo com Cavalcante, que toca nas bandas Tropicaos e Muralha Antifascita, um financiamento coletivo permitiu a realização das apresentações, que tiveram início na quinta-feira. Um caminhão servia de apoio para guardar os equipamentos do músicos.

Em quatro dias de atividades, Cavalcante explica que integrantes das fanfarras visitaram comunidades carentes e deram aulas de músicas. “A ideia é cada banda falar um pouco do contexto de sua cidade. É uma interação total”, afirma, lembrando que a primeira edição em Porto Alegre ocorreu antes da pandemia, em 2019. “O que une todas as bandas é esse formato de fanfarra, que é basicamente uma banda móvel formada por sopros e percussão. O cortejo é característico do domingo”, frisa.