O primeiro caso de varíola do macaco confirmado na Alemanha é de um brasileiro de 26 anos que havia viajado recentemente a dois outros países que já detectaram casos da doença: Portugal e Espanha. Foi o que informou, nesta sexta-feira, o site da empresa estatal de notícias Deutsche Welle.
Segundo a publicação, o jovem permanecia há uma semana na cidade de Munique, no sul do país, depois de ter passado por Düsseldorf e Frankfurt. O brasileiro, por enquanto, fica em isolamento em uma clínica da cidade.
A Europa vive um surto de varíola do macaco, com 81 casos confirmados e outras dezenas de suspeitas – situação que motivou uma reunião de emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A Espanha lidera a lista de diagnósticos confirmados (30), seguida de Portugal (23) e do Reino Unido (20). Trata-se do maior surto da doença já observado fora do continente africano.
“Esta é a primeira vez que cadeias de transmissão são relatadas na Europa sem ligações epidemiológicas conhecidas com a África Ocidental e Central”, onde a varíola é endêmica, destacou em nota o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC).
Também foram detectados pacientes com a doença nos Estados Unidos, Canadá e Austrália – um caso em cada país.
Não há casos graves até o momento. A OMS ressaltou nessa quinta que o vírus isolado no Reino Unido costuma causar doença mais leve do que o que provoca a varíola tradicional. Os sintomas incluem febre e um tipo específico de erupção na pele.
De acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, a transmissão entre humanos se dá por meio de contato pessoal prolongado. A via respiratória é uma das formas de passar, por meio de gotículas, o vírus. Contudo, é necessário um contato pessoal prolongado para que isso aconteça.
Contato com fluidos corporais e diretamente com as lesões na pele também são maneiras de se infectar. A agência britânica lista ainda o contato com roupas ou lençóis usados por uma pessoa que tenha a varíola do macaco.
O vírus surgiu em 1958, quando animais mantidos para pesquisa apresentaram sintomas semelhantes aos varíola. O primeiro caso documentado em humanos é de 1970, na República Democrática do Congo. Acredita-se que os hospedeiros naturais do vírus não sejam os primatas, mas sim os roedores.
Não existe uma vacina específica para a varíola do macaco, mas as vacinas usadas para erradicar a varíola tradicional vêm se mostrando até 85% eficazes contra a variante, de acordo com a OMS.
Veja o número de pessoas com a doença em cada país:
• Espanha: 30
• Reino Unido: 20
• Portugal: 23
• Itália: 3
• Canadá: 2
• Bélgica: 2
• Austrália: 1
• Estados Unidos: 1
• França: 1
• Alemanha: 1
• Suécia: 1