Ministro nega interesse do governo em atacar sistema eleitoral

Titular da Secretaria-Geral da Presidência garante que o Executivo federal não quer interferir no pleito de outubro

Foto: Reprodução/Record TV SP

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Eduardo Ramos, afirmou nesta terça-feira à Record TV que o presidente Jair Bolsonaro (PL) não quer interferir nas eleições deste ano. De acordo com ele, o Executivo federal espera que o processo eleitoral não tenha fraudes.

“O governo não tem interesse em atacar o sistema eleitoral. Nós queremos, como o presidente diz, que as urnas sejam transparentes, o processo eleitoral seja o mais fidedigno possível, que a população faça se representar pelo voto. É o que o presidente tem falado. Ele tem dito que o processo eleitoral é importante para a democracia”, disse Ramos ao JR Entrevista.

Nas últimas semanas, Bolsonaro e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vêm trocando indiretas sobre a confiabilidade do sistema eleitoral do país. Enquanto o presidente levanta dúvidas sobre as urnas eletrônicas, os magistrados repetem que nada vai interferir nas eleições de outubro.

Para Ramos, a relação instável do Palácio do Planalto com o STF e a Justiça Eleitoral é “parte da democracia”. Ele criticou, contudo, a forma como alguns ministros vêm se comportando publicamente.

“Existem manifestações de ambos os lados que são, às vezes, mal interpretadas. O presidente foi eleito com quase 58 milhões de votos. É um ente político que tem a credibilidade para se pronunciar, falar sobre vários assuntos. Sou de uma época que ministro de corte de Justiça se pronunciava nos autos. Quando existem manifestações sobre assuntos que são fora da área de responsabilidade dos ministros, acaba gerando algum desacerto, ruído”, ponderou.

O ministro ainda defendeu que as Forças Armadas contribuam com as eleições deste ano e criticou a forma como os militares foram tratados pelo TSE. Na última semana, por exemplo, o presidente do tribunal, Edson Fachin, declarou que, no Brasil, “quem trata de eleições são forças desarmadas”.

“Foi uma afirmação equivocada. Eu tenho 47 anos de serviço e trabalhei na segurança das urnas, no deslocamento das urnas em inúmeras eleições. Como é que a gente não participa? As Forças Armadas têm muito a ajudar. As pessoas que estão lá têm qualificação para contribuir. Acredito que isso possa dar a possibilidade de se conversar sobre algum aperfeiçoamento que possa ser feito”.