Bolsonaro: arma de fogo é “garantia de democracia preservada”

Presidente defendeu porte e posse para o 'cidadão de bem' e lamentou a perda do poder aquisitivo de servidores públicos

Foto: Isac Nóbrega;/PR

O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender, nesta terça-feira, a posse e porte de arma de fogo para o “cidadão de bem”. “Entendemos que a arma de fogo, além de segurança pessoal para as famílias, também é segurança para nossa soberania nacional. E a garantia de que a nossa democracia será preservada. Não interessa os meios que por ventura um dia tenhamos que usar. A nossa democracia e a nossa liberdade são inegociáveis”, disse.

Como o R7 mostrou, uma nota técnica elaborada pela Consultoria Legislativa do Senado Federal revelou que 166.529 brasileiros podem passar a andar armados no país caso seja aprovado o Projeto de Lei 3723/2019, que amplia o porte e a posse de armas de fogo no país.

A proposta está em análise no Senado Federal, com relatoria do senador Marcos do Val (Podemos-ES) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). De acordo com o texto, os chamados CACs (caçadores, atiradores desportivos e colecionadores) passarão a ter direito de comprar até 16 armas. Para esses grupos, a matéria também extingue a necessidade de autorização de porte de arma.

Também nesta terça, Bolsonaro lamentou a perda do poder aquisitivo, de cidadãos e de servidores públicos. O presidente atribuiu a causa à guerra entre a Rússia e Ucrânia e às políticas sanitárias adotadas durante a pandemia de Covid-19.

“Mas tenho certeza que brevemente isso será recuperado. E em especial a Polícia Rodoviária Federal, que está nos acompanhando neste momento”, destacou o presidente, em um aceno para a força de segurança, base eleitoral dele, em um ano que vai buscar a reeleição.

As declarações foram dadas por Bolsonaro durante cerimônia de inauguração da duplicação de um trecho de 40 km da BR-101, entre as cidades de Propriá e Capela, em Sergipe. Essa é a quinta viagem oficial em sete dias do chefe do Executivo. As obras custaram R$ 203,8 milhões aos cofres públicos e vão beneficiar cerca de 120 mil pessoas.

Participaram do evento os ministros Marcelo Sampaio (Infraestrutura) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), o ex-ministro João Roma (Cidadania) e o ex-presidente Fernando Collor.