Saída de Romildo da corrida ao Piratini gera movimento imediato no cenário eleitoral do RS

Articulação em torno de coligação entre PSB, PDT e PSD pode unir partido de Alckmin a Ciro Gomes e Ana Amélia no RS

Foto: Rodrigo Fatturi / Grêmio / CP

A decisão do presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, de não ser o candidato do PDT para o governo do Rio Grande do Sul provoca alterações no cenário de articulações em torno da disputa ao Palácio Piratini. Na quinta, quase que em paralelo ao anúncio de Romildo, o pré-candidato do PSB ao governo, Beto Albuquerque, se reunia com o presidente estadual do PDT, Ciro Simoni. As duas siglas mantêm conversações desde o mês de setembro. Antes, o PSB já havia tentado uma alternativa de composição com a frente partidária formada entre PT, PCdoB e PV, com Beto na cabeça de chapa, de forma a reproduzir a aliança nacional entre PT e PSB consolidada na chapa Lula/Alckmin.

O PT gaúcho, contudo, não cedeu, e manteve a pré-candidatura do deputado Edegar Pretto ao governo. Já o PDT precisa de um palanque para a pré-candidatura de Ciro Gomes à presidência da República. Nos bastidores, lideranças do PSB e do PDT admitem que, apesar de os trabalhistas terem ventilado a indicação do ex-deputado federal Vieira da Cunha ao governo gaúcho, há espaço para a construção de entendimento. Como o PSB não abre mão da cabeça de chapa, cresceu a articulação para a indicação de Vieira como vice de Beto. Mais do que isso, o PSB negocia também com o PSD gaúcho, que já lançou a pré-candidatura da ex-senadora Ana Amélia Lemos ao Senado. Os socialistas mantêm diálogo, ainda, com o Solidariedade e o Avante.

Beto admite as tratativas com PDT e PSD para a construção da chapa majoritária dizendo que já conversou com lideranças do partido de Ana Amélia, entre elas o presidente nacional, Gilberto Kassab, em Brasília. Desses diálogos, o ex-deputado assinala ser clara que a prioridade do PSD no Rio Grande do Sul é eleger Ana Amélia senadora. A resposta para a presença dela em uma eventual composição que se intitule do campo socialista/trabalhista já está pronta.

“Não há problema nenhum, a Ana Amélia é muito bem-vinda. Primeiro, porque é uma admiradora do Ciro Gomes, já conversamos muito sobre isto. Segundo, porque esta não é uma eleição só de direita e esquerda. É a eleição entre os que sabem ampliar suas relações para resolver problemas e os que não sabem. O Alckmin, que trouxemos para o PSB e que é o pré-candidato a vice do Lula (PT) na disputa presidencial, nunca foi de esquerda, e está em uma chapa de esquerda”, alega Beto.

Quanto ao PDT, apesar do cortejo explícito do PSB, existem lideranças trabalhistas que vêm mantendo conversações com lideranças do MDB e o entorno do pré-candidato emedebista ao governo, Gabriel Souza. A aproximação toma por base relações entre parlamentares dos dois partidos na Assembleia Legislativa, e os vínculos antigos entre os pedetistas e o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, e o ex-governador José Ivo Sartori. Assim como com os socialistas, o ingresso do PDT na majoritária, entre os que defendem essa tese, abre espaço para a vaga de vice, além de fortalecer, no MDB, o movimento para que Sartori seja candidato ao Senado. A questão nacional, contudo, vem atrapalhando as negociações.

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