Operação fiscaliza nove casas noturnas contra a exploração sexual infantojuvenil em Porto Alegre

Ofensiva que começou no dia 2 já resultou em 33 prisões

Operação fiscaliza nove casas noturnas contra a exploração sexual infantojuvenil de Porto Alegre | Foto: Fabiano do Amaral

Uma ação conjunta que reuniu cerca de 83 policiais civis, militares e bombeiros fiscalizou nove casas noturnas na noite dessa quinta-feira. A ação faz parte da segunda etapa da Operação Parador 27, formada por ações de combate à exploração infantojuvenil. Cinco locais estavam no Centro de Porto Alegre, dois da zona Norte e dois na zona Sul. Na atividade não foram encontrados drogas e nem menores de idade. A ofensiva iniciou no dia 2 e já resultou na prisão de 33 pessoas, além de uma vítima de exploração sexual resgatada.

Alvo de denúncias, um estabelecimento de classe média alta, localizado na rua Álvaro Chaves, no bairro Floresta, zona Norte da Capital, foi averiguado, mas não foi constatada a presença de menores. Já o Corpo de Bombeiros disse que no Projeto Preventivo de Incêndio (PPCI) faltava apenas um item, que é a presença de brigadistas no local. O estabelecimento foi notificado e recebeu um prazo para regularizar a situação.

A Polícia Civil e a Brigada Militar também fiscalizaram duas casas noturnas na Praça Parobé. A delegada e diretora Eliana Parahyba Lopes, da 1ª Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, explicou que essa é uma ação integrada coordenada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), além da participação do Ministério Público Estadual, e do Poder Judiciário, em parceria com a União, e todas as forças de segurança dos RS. “Essa operação tem um escopo mais restrito, não é violência de todo gênero, mas sim, de violência sexual infantojuvenil”.

O major do 1º Batalhão de Polícia Militar, Fernando Meirelles, explicou que o principal intuito da Brigada Militar é prestar apoio. “Fizemos algumas vistorias, mas não encontramos menores”, afirmou.

Resultados

Nessa terça-feira, uma mulher de 35 anos foi presa pela prática de exploração sexual infantojuvenil e fornecimento de drogas à filha de 14 anos, que fazia programas e usava droga obrigada pela mãe. As atividades criminosas teriam ocorrido em fevereiro e março deste ano. A suspeita também estava foragida do sistema prisional e já respondeu inquérito por fato semelhante.

Na manhã dessa quarta-feira, a Polícia Civil (PC), com apoio da Brigada Militar (BM) e Instituto-Geral de Perícias (IGP) cumpriu sete mandados de busca e apreensão na Capital e um em Gravataí de combate ao armazenamento, produção e compartilhamento de pornografia infantojuvenil na internet.

Esta etapa da operação contou com a participação de 36 servidores da PC, 12 peritos do IGP e 19 policiais militares em 26 viaturas. Três suspeitos foram presos em flagrante. Ainda houve a apreensão de equipamentos utilizados na prática delituosa, como computadores, notebooks, tablets, smartphones e dispositivos de armazenamento digital. Em um dos alvos, foram apreendidos mais de 1,5 mil vídeos e arquivos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Em outros dois locais, foi encontrado vasto material pornográfico infantojuventil pelos peritos do IGP, mas o suspeito não se encontrava no momento das buscas, para autuação em flagrante. As investigações que levaram as ofensivas desta semana iniciaram há aproximadamente oito meses.

Desde o início de maio, mais de 700 servidores de Segurança Pública foram empregados nas fiscalizações de 260 locais e na abordagem de mais de 2,8 mil pessoas. Também foram verificadas 183 denúncias.