Mourão acredita que equilíbrio fiscal vai marcar debate eleitoral no Rio Grande do Sul

Pré-candidato ao Senado pelo Estado cumpre agenda em Porto Alegre

Foto: Ricardo Giusti/Correio do Povo

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), acredita que a situação fiscal do Rio Grande do Sul será o tema mais importante nos debates que vão mobilizar os postulantes a cargos públicos em outubro. O político, que é pré-candidato ao Senado pelo Estado, acredita que os aspirantes às cadeiras no Legislativo vão precisar mostrar lealdade aos projetos apresentados pelos concorrentes ao Palácio Piratini.

“Os últimos governos, de José Ivo Sartori e Eduardo Leite, tentaram corrigir a situação fiscal do Rio Grande do Sul, mas o problema persiste. O orçamento do Rio Grande do Sul está quase todo engessado, comprometido com o pagamento do funcionalismo. Também temos deficiências na infraestrutura a serem corrigidas”, declarou o vice-presidente em entrevista ao programa Agora, da Rádio Guaíba, na manhã desta sexta-feira (13).

Mourão também aposta que as pautas comportamentais, como a polêmica em torno da descriminalização do aborto, vão reverberar no pleito estadual – ainda que tenham mais peso na corrida à presidência, de âmbito nacional. Eleito para um cargo público pela primeira vez em 2018, o general da reserva divide as suas atenções entre a pré-campanha, no Rio Grande do Sul, e as incumbências da vice-presidência.

Dentre elas, destaca-se o comando do Conselho Nacional da Amazônia Legal – grupo que se reuniu, no início desta semana, para debater os últimos indicadores do desmatamento na floresta. Na oportunidade, Mourão classificou os índices apresentados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) como “péssimos”. Segundo o órgão, os alertas passaram de mil km² em abril, batendo recorde para o período.

O político ressalta que o Brasil está aberto à ajuda internacional, desde que mantenha a soberania sobre as decisões acerca da Amazônia. O vice-presidente destaca ainda a força do Guardiões do Bioma, que pretende zerar o desmatamento ilegal nos próximos seis anos. “Muitas vezes há uma certa imposição onde o recurso tem que ser empregado, e isso limita a nossa soberania. Mas estamos sempre abertos ao debate”, afirma.

“Nosso processo eleitoral está bem definido”

Questionado sobre o tensionamento entre o Governo Federal e o Supremo Tribunal Federal (STF), Mourão usou o termo “ativismo judicial” para argumentar em prol da harmonia entre os poderes. Para o pré-candidato ao Senado, o Judiciário tem entrado em rota de colisão com o Legislativo – o que, na opinião do político, é um erro. Ele também critica o número de diferentes interpretações feitas sobre as mesmas leis.

Quanto ao processo eleitoral, o discurso foi de apaziguação. “Vejo que o nosso processo eleitoral está muito bem definido. O TSE convidou as Forças Armadas para fazer parte de uma comissão de transparência, e as Forças Armadas trabalham com método. Apresentaram o que consideram que pode representar algumas vulnerabilidades, em dois documentos, um deles sob sigilo”, reitera Mourão.

O vice-presidente cumpre uma extensa agenda em Porto Alegre ao longo da sexta-feira. Além da visita à Rádio Guaíba, ele participa da cerimônia de passagem de comando no Comando Militar do Sul (CMS), também na Capital, e visita o Centro de Oncologia do Hospital Nossa Senhora das Graças. Ele retorna à Brasília, para retomar a agenda normal, no início do sábado.

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