A demissão do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, nessa terça-feira, pegou parlamentares do chamado “Centrão”, ouvidos pela Record TV, de surpresa. De acordo com o que apurou a emissora, nem o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, sabia da movimentação para a troca, que ganhou corpo no começo da semana.
O processo vinha sendo articulado com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para não dar tempo ao Centrão de indicar um novo nome para ocupar o comando da pasta.
Na avaliação de fontes ouvidas pela reportagem, para o Centrão, esse era o cenário ideal, já que vinha sendo articulada, de forma discreta, uma proposta entre os partidos aliados ao governo para aprovar um aporte de R$ 100 bilhões para a construção de gasodutos capazes de levar energia às termelétricas do país.
Com a demissão de Bento Albuquerque, o assunto veio à tona. Albuquerque é contra esse aporte com dinheiro proveniente do pré-sal. As negociações pelo subsídio vêm provocando reações dentro do Congresso e tudo indica que, agora, devido à repercussão, a proposta fique travada.
Um grupo de parlamentares esteve na noite de terça-feira no Tribunal de Contas da União (TCU) com o ministro relator do processo da Eletrobras, Aroldo Cedraz. A oposição denuncia que, dentro do Projeto de Lei 414/2021, que estabelece um marco regulatório para o setor elétrico, o governo tenta incluir uma emenda “jabuti” que cria um fundo destinado à construção desses gasodutos, com dinheiro público.
Ainda de acordo com a Record TV, parte do Ministério da Economia também é contra essa forma de financiar o projeto.