Moraes unifica investigações sobre milícias digitais e live de Bolsonaro

Presidente da República realizou transmissão ao vivo questionando a segurança das eleições com urna eletrônica

Foto: Rosinei Coutinho / SCO / STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu unificar a investigação que mira milícias digitais e a que trata de supostos ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral. O chefe do Executivo é alvo de apuração por realizar uma transmissão ao vivo afirmando haver fraude nas urnas eletrônicas sem apresentar provas da acusação.

No dia da transmissão, que ocorreu pelas redes sociais e pela TV Brasil, Bolsonaro falou acompanhado do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, e de um homem que se identificou como técnico em informática. Foram apresentadas reportagens antigas de veículos de imprensa e vídeos publicados na internet questionando a segurança do pleito.

De acordo com a decisão do ministro, a Polícia Federal encontrou semelhança no modo de agir de Bolsonaro com o da organização criminosa que atua como uma espécie de milícia digital para atacar as instituições democráticas do país.

“Como se vê, os elementos de prova colhidos nesta pet[ição] incidental, instaurada para apuração dos fatos envolvendo a live realizada pelo presidente da República na data de 29/7/2021, devem ser analisados em conjunto com a investigação principal conduzida no Inq[uérito] 4.874/DF, cujo objeto é uma organização criminosa complexa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político, com o objetivo de atacar o Estado democrático de Direito”, escreveu o magistrado.