Depois de ter anunciado que aceitou o convite do presidente Jair Bolsonaro (PL) para ser o novo líder do governo no Senado, o senador Carlos Viana (PL-MG) ainda não assumiu a vaga, que segue em aberto. A definição havia sido anunciada no começo de abril, dias depois de o senador deixar o MDB, se filiar ao PL e ser lançado como pré-candidato ao governo de Minas Gerais. A nomeação precisa ser publicada no Diário Oficial para ser oficializada.
Viana é vice-líder do governo no Senado, e em muitas votações, atuou junto com Eduardo Gomes (PL-TO), líder do governo no Congresso e vice-líder no Senado, articulando as vontades do governo. Foi assim na votação dos projetos relativos a combustíveis, por exemplo. Como a nomeação não saiu, Viana já deixou a questão de lado. O senador disse a interlocutores que não vai brigar pela questão. Nos bastidores, outros nomes voltaram a surgir e o Palácio do Planalto resolveu não consolidar Viana.
Um desses nomes é o senador Alexandre Silveira (PSD-MG), que assumiu a cadeira deixada pelo senador Antonio Anastasia, nomeado ministro do Tribunal de Contas na União (TCU). Interlocutores próximos ao senador dizem que a questão não pode ser descartada, mas que não houve nenhum tipo de conversa recente com figuras do governo sobre ocupar a liderança.
Depois que Fernando Bezerra (MDBB-PE) deixou o cargo, em dezembro do ano passado, Silveira chegou a ser anunciado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro. Na época, ele ainda não havia assumido o cargo deixado por Anastasia e disse, oficialmente, que não tinha como avaliar o convite “por não estar investido do cargo de senador”. Depois disso, como divulgado pelo portal R7, ele recusou formalmente o pedido e comunicou a decisão aos colegas de bancada.
Além da questão partidária – persiste a indefinição se o PSD vai estar com Bolsonaro ou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições deste ano -, o principal entrave era o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Na época, ele ainda era pré-candidato à Presidência da República.
Depois que Pacheco deixou a pré-candidatura, a indicação de Silveira a líder do governo voltou, inclusive, a ser ventilada. Mas logo em seguida Viana teve o nome anunciado. Agora, a situação voltou a ser falada diante da possibilidade de o PT não fechar apoio com o PSD devido ao impasse na candidatura ao Senado em Minas Gerais. Silveira quer ser candidato à reeleição e o PT quer lançar o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG). O problema é: neste ano, há apenas uma vaga ao Senado em cada estado.
Governo sem líder
O governo está sem líder do governo no Senado há quase cinco meses. De uma forma geral, os senadores entendem que a vaga é problemática para se assumir em um ano eleitoral, quando o governo chega ao fim do mandato. Nomes de aliados como Marcos Rogério (PL-RO) e Jorginho Mello (PL-SC) eram citados, mas ambos conduzem as costuras eleitorais nos estados de origem.
Soma-se a isso o fato de os parlamentares estarem em campanha. Fernando Bezerra saiu do cargo depois de sofrer derrota esmagadora na eleição do Senado durante a escolha do novo ministro do TCU. Ele não teve apoio do governo e levou apenas sete votos, enquanto o vencedor, Antonio Anastasia, teve 52.