A Prefeitura de São Paulo suspendeu cautelarmente o pagamento do show realizado pela cantora Daniela Mercury. A gestão optou pela medida enquanto aguarda a investigação esclarecer se o evento, pago com recursos públicos e emendas parlamentares, teve manifestações político-partidárias, o que era vedado nesse tipo de contratação.
A apuração, realizada pela Controladoria Geral do Município (CGM), começou nessa quarta-feira, três dias depois do show que a cantora realizou, junto a centrais sindicais, um ato pró-Lula.
A empresa Califórnia Produções e Edições Artísticas LTDA – ME intermediou a transação, firmada por indicação de emenda parlamentar apresentada pelo vereador Sidney Cruz (Solidariedade). O congelamento do pagamento segue em vigor até o fim do procedimento de apuração dos fatos e de eventuais responsabilidades.
Como o R7 mostrou, a cidade de São Paulo gastou quase R$ 200 mil para o pagamento de artistas que se apresentaram na manifestação do 1º de Maio. Daniela Mercury recebeu o maior valor: R$ 100 mil. Na sequência, aparecem a banda Francisco El Hombre (R$ 30 mil), o rapper Dexter (R$ 28 mil), a banda Sampagode (R$ 17 mil) e o DJ KL Jay (R$ 12 mil). Somados, os valores atingem R$ 187 mil.
As emendas de parlamentares que bancaram o ato tinham valor próximo a R$ 900 mil. Os vereadores que enviaram recursos para o evento cultural foram Sidney Cruz, do Solidariedade, e Eduardo Suplicy e Alfredinho, ambos do PT. Recentemente, o deputado federal Paulinho da Força, que comanda o Solidariedade, oficializou apoio a Lula na corrida ao Palácio do Planalto.
Em nota, a equipe de Daniela Mercury informou, nessa quarta, que a contratação da artista se deu por intermédio da produtora MGioria Comunicações, o que não consta na publicação do Diário Oficial de São Paulo. “O valor do cachê foi quitado integralmente pela MGioria. A produtora da artista esclarece que não recebeu e nem receberá nenhum recurso da prefeitura”, completa o comunicado.