Mulheres ucranianas foram estupradas antes de serem mortas, dizem médicos a jornal britânico

Evidências foram vistas em dezenas de autópsias de moradoras de Bucha, Irpin e Borodianka, segundo reportagem

Médicos forenses que fazem exames póstumos nos corpos encontrados em valas comuns ao norte de Kiev dizem ter encontrado evidências de que algumas mulheres foram estupradas antes de serem mortas pelas forças russas, segundo reportagem do jornal britânico The Guardian. As evidências foram vistas em dezenas de autópsias de moradoras de Bucha, Irpin e Borodianka, cidades que ficaram sob ocupação russa por cerca de um mês. Os detalhes das autópsias não foram revelados porque os médicos forenses seguem coletando dados e examinando centenas de cadáveres.

Uma equipe liderada pelo médico forense Vladislav Perovski para realizar autópsias na região examina cerca de 15 corpos por dia, muitos deles com mutilações. “Há muitos corpos queimados e corpos fortemente desfigurados que são simplesmente impossíveis de identificar”, disse ele ao Guardian. “O rosto pode ser esmagado em pedaços, você não pode montá-lo novamente, às vezes não há cabeça nenhuma”, completa o especialista.

Outra evidência dos crimes de estupro é o depoimento de dezenas de mulheres à polícia, à mídia e a organizações de direitos humanos sobre as atrocidades que dizem ter sofrido nas mãos do exército russo. Depois que as tropas saíram das cidades, os investigadores ouviram testemunhos de estupros coletivos, assaltos à mão armada e estupros cometidos na frente de crianças.

A comissária de direitos humanos da Ucrânia, Liudmila Denisova, documentou oficialmente os casos de 25 mulheres que foram mantidas em um porão e estupradas sistematicamente em Bucha, uma cidade hoje sinônimo de crimes de guerra. As autoridades alertaram que esses casos podem ser a ponta do iceberg e acusaram as tropas russas de usar o estupro como instrumento de guerra.

*Com informações da Agência Estado