Dados disponibilizadas pelo Portal da Transparência e pelo Painel de Preços do governo federal atestaram que, em 2021, o Exército Brasileiro gastou cerca de R$ 3,5 milhões na compra de próteses penianas infláveis de silicone.
De acordo com as informações, o Ministério da Defesa aprovou três pregões para a aquisição de 60 próteses de 10 a 25 centímetros de comprimento. O valor unitário dos produtos variou entre R$ 50 mil e R$ 60 mil.
Em uma das licitações, a pasta permitiu a compra de dez próteses ao preço de R$ 50.149,72 cada. No segundo certame, foram adquiridos 20 produtos ao custo de R$ 57.647,65 a unidade. Já no último pregão, foram adquiridas mais 30 próteses com preço unitário de R$ 60.716,57.
As próteses adquiridas foram disponibilizadas a hospitais militares nas capitais de São Paulo e do Mato Grosso do Sul. Segundo o detalhamento das compras, os produtos foram utilizados em cirurgias nesses locais.
A compra das próteses penianas veio a público, nesta terça-feira, em razão de um pedido de informações do deputado Elias Vaz (PSB-GO), Nessa segunda-feira, o parlamentar já havia divulgado que as Forças Armadas autorizaram processos de compra de 35.320 unidades de citrato de sildenafila, conhecido como Viagra, medicamento indicado para o tratamento de disfunção erétil.
“O questionamento que fazemos é: por que o governo Bolsonaro está gastando dinheiro público para pagar essas próteses? O povo brasileiro sofre para conseguir medicamentos nas unidades de saúde e um grupo é atendido com próteses caríssimas”, ponderou o parlamentar.
Após tomar conhecimento dos dados, Vaz acionou o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público Federal (MPF), em conjunto com o senador Jorge Kajuru (Podemos-GO), para pedir que o caso seja investigado.
O R7 entrou em contato com o Exército, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.
