O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, afirmou que o governo deve criar uma mesa permanente de diálogo para tratar do preço do querosene de aviação. Dirigentes do setor entregaram a proposta em reunião com o ministro da Economia. Paulo Guedes recebeu, na tarde desta segunda-feira, os presidentes das aéreas brasileiras (Gol, Latam, Azul e Voepass).
“Nossa ideia foi propor uma mesa permanente de debate e diálogo envolvendo todos os stakeholders, com o Ministério da Economia, com o Ministério da Infraestrutura, com as empresas aéreas, para tratar de um item que saiu de controle, que é o custo do querosene de aviação”, disse Sanovicz, antes de se encontrar com Guedes. Na saída, ele afirmou que o ministro reagiu de forma “muito positiva” à ideia e que sugeriu a inclusão do Ministério de Minas e Energia no grupo. As informações foram divulgadas pela Agência Estado.
Responsável por 35% dos custos do setor, o combustível teve o preço ajustado em 76,2% no ano passado, quando o petróleo subiu 54%. A inflação e as consequências da guerra na Ucrânia fizeram os preços dos bilhetes dispararem. Em 12 meses, a alta é de 11,05%, segundo o IBGE. Mas há saltos maiores em um ano em trechos como São Paulo-Rio (88% mais caro), São Paulo-Curitiba (76%) e São Paulo-Porto Alegre (113%).
Sanovicz ainda declarou que as empresas do setor não se reuniram com o governo para pedir qualquer tipo de desoneração ou redução de tributo. “Não tratamos de nenhum tipo de desoneração”, disse ele. No ano passado, o pacote para as aéreas, que não saiu do papel, previa mais acesso a crédito, compra antecipada de passagens pelo governo e definição de uma nova malha.
Ele também se reuniu com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Em nota, a Abear afirmou que tratou com Lira da MP 1.089/21, a MP do Voo Simples, que desburocratiza e simplifica o ambiente de negócios do setor, e da MP 1.094/21, que trata do Imposto de Renda sobre o leasing de aeronaves, cujo prazo de vigência termina em 1º de junho.