Bolsonaro: Petrobras precisa de “alguém mais profissional”

Comando da estatal teve novos indicado pelo governo. Nomes deverão ser referendados em assembleia-geral nesta quinta

Foto: Alan Santos / Palácio do Planalto

Após demitir o general Joaquim Silva e Luna da Presidência da Petrobras e ver dois indicados desistirem dos cargos, o presidente Jair Bolsonaro avaliou, nesta segunda-feira, que o comando da estatal precisa de “alguém mais profissional” e reconheceu os desgastes provocados pelo aumento dos combustíveis e as trocas de comando da empresa.

“Um dos motivos principais [da troca] é [ter] alguém mais profissional lá dentro, para poder dar transparência. A Petrobras não usa seu marketing, ela não fala”, disse. “Tudo cai no meu colo na questão da Petrobras. Eu não apito nada e cai no meu colo e, obviamente, é um ponto de desgaste enorme para mim”, acrescentou.

Silva e Luna acabou demitido do comando da estatal no final de março em meio aos aumentos do preço dos combustíveis e as críticas feitas por Bolsonaro em relação a política de preços da Petrobras.

A empresa adota o modelo PPI (Preço de Paridade Internacional), fazendo com que os preços de gasolina, etanol e diesel acompanhem a variação do valor do barril de petróleo no mercado internacional.

Depois, o governo indicou o economista Adriano Pires para chefiar a estatal, mas ele desistiu de assumir o cargo após questionamentos sobre conflito de interesses. O consultor é diretor-fundador do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), consultoria que se declara uma das cem mais influentes do Brasil no setor de energia e referência no setor de infraestrutura.

A desistência de Pires ocorreu na esteira de Rodolfo Landim, presidente do Flamengo indicado para o Conselho de Administração da Petrobras – ele também renunciou à indicação.

Na sequência, o governo indicou José Mauro Ferreira Coelho para a presidência. O nome precisa ser referendando na assembleia-geral da Petrobras, prevista para esta quinta-feira – como o governo detém a maioria das ações, o nome deve ser confirmado.

Mauro é ex-secretário de Petróleo, Gás e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, e já atuou como diretor de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da EPE. Ele é bacharel em química industrial, mestre em Engenharia dos Materiais pelo Instituto Militar de Engenharia e doutor em Planejamento Energético pelo Programa de Planejamento Energético da Universidade Federal do Rio de Janeiro.