Inflação medida pelo IPCA em Porto Alegre é a maior desde 2015, revela IBGE

Foto: Samuel Maciel / CP Memória

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em Porto Alegre no mês de março é a maior desde 2015. O indicador, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) teve alta de 1,61% na Região Metropolitana, 1,18 ponto percentual acima dos 0,43% de fevereiro.

Em 2022, o IPCA da capital gaúcha acumula alta de 1,50% e, nos últimos 12 meses, de 10,38%. Em março de 2021, a variação mensal foi 0,95%.

Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta no mês. A maior variação (3,18%) e o maior impacto (0,66 p.p.) vieram de Alimentação e bebidas, que aceleraram na comparação com o resultado de fevereiro (1,43%).

Na sequência, veio o grupo dos Transportes, com alta de 2,37% e 0,52 ponto percentual de impacto. Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 73% do IPCA de março. Destaca também para a variação do grupo Habitação (0,91%), que voltou a ter alta de preços após dois meses de queda. Além deles, houve aceleração também em Vestuário (2,04%), Saúde e cuidados pessoais (0,73%) e Despesas pessoais (0,73%). O único com queda foi Comunicação, com -0,12%. Os demais grupos, Educação e Artigos de residência, variaram 0,25% e 0,62%, respectivamente.

O aumento no item Alimentação e bebidas é resultante da alta nos preços dos alimentos para consumo no domicílio (4,07%). A maior contribuição (0,12 ponto percentual) dentro do grupo veio do leite longa vida, cujos preços subiram 14,06% em março.

Já a maior variação foi a do tomate, que teve aumento de 33,91%. Além disso, foram registradas altas em diversos produtos, como a alface (13,97%), as frutas (13,13%), a batata-inglesa (12,17%), a cebola (10,94%), o ovo de galinha (6,75%), o óleo de soja (5,67%) e as carnes (1,88%).

Na alimentação fora do domicílio (0,79%), a refeição, que que teve variação nula em fevereiro (0,00%), registrou alta de 0,71% em março. Já o lanche teve alta de 0,38%, após aumento de 2,76% observado no mês anterior.

Já o resultado do grupo Transportes (2,37%) foi influenciado, principalmente, pela alta nos preços dos combustíveis (6,71%), em particular, o da gasolina (6,60%), subitem com maior impacto individual (0,51 ponto percentual) no índice do mês. As passagens aéreas, com -15,55% de variação e -0,07 pontos percentuais de impacto, foi destaque.

O grupo Habitação teve alta de 0,91% em março, puxado pelo aumento dos preços do gás de botijão (4,51%). Foram registrados aumentos também no condomínio (2,08%) e no aluguel residencial (1,05%), além de artigos de limpeza como o sabão em pó (3,56%) e o detergente (3,37%).

GRUPOS

Outro grupo a acelerar na passagem de fevereiro para março foi Vestuário, com alta de 2,04%. Tiveram variação positiva as roupas femininas (2,73%), masculinas (1,53%) e infantis (1,26%), assim como os calçados e acessórios (2,65%).

O resultado do grupo Saúde e cuidados pessoais (0,73%) foi influenciado, principalmente, pelas altas dos itens de higiene pessoal (2,22%), dos serviços médicos e dentários (1,41%) e dos produtos farmacêuticos (0,53%). O plano de saúde (-0,59%) segue com variação negativo.

Já nas Despesas pessoais (0,73%) houve alta nos serviços pessoais (0,76%), com destaque para os serviços de cabeleireiro e barbeiro (2,63%) e de manicure (2,09%). de recreação (0,85%). Tiveram aumento também os preços do tratamento de animais (3,25%), enquanto os alimentos para animais (-1,17%) tiveram queda no mês.