Denarc indicia 26 integrantes de três facções gaúchas envolvidas com esquema milionário de drogas

Operação Cabeças apurou movimentação de R$ 2,5 milhões por mês com remessas entre duas e três toneladas de maconha do Paraguai

Ação teve uma fase em julho de 2021 e outra em março de 2022 | Foto: PC / Divulgação / CP Memória

O Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) da Polícia Civil indiciou 26 integrantes de três facções criminosas gaúchas no inquérito da operação Cabeças. O procedimento foi concluído pelo delegado Alencar Carraro na sexta-feira e foi encaminhado ao Poder Judiciário. A primeira fase da ação foi deflagrada em 14 de julho de 2021. Já a segunda etapa ocorreu em 15 de março deste ano.

A investigação “apurou a participação de lideranças do narcotráfico gaúcho, de facções criminosas distintas, em um grande e complexo esquema de distribuição de drogas”. A movimentação mensal ficava entre duas e três toneladas de maconha, representando R$ 2,5 milhões, a partir de um esquema de abastecimento de maconha vinda do Paraguai para os três grupos, direcionado sobretudo para a Região Metropolitana de Porto Alegre e Vale do Rio dos Sinos. Agora as facções acabaram em um conflito pontual que já deixou 24 mortos em Porto Alegre.

O trabalho investigativo começou em novembro de 2019 com a apreensão de um carregamento de cerca de 250 quilos de maconha pela Receita Federal. A droga vinda de São Paulo estava em uma empresa de transportes no bairro Navegantes, na Capital.

Entre os indiciados estão as lideranças do tráfico de drogas em várias regiões de Porto Alegre. Estão incluídos também líderes de uma dessas organizações criminosas, sediada no Vale do Rio dos Sinos. Alguns dos envolvidos encontram-se foragidos e outros recolhidos nos sistemas prisionais gaúcho e federal.

“Os suspeitos foram indiciados por tráfico de drogas, associação para o tráfico e participação em organização criminosa”, explicou o delegado Alencar Carraro. Para ele,  as lideranças poderão ser encaminhadas para “regimes carcerários mais severos” e ficarem isoladas, diminuindo o controle das ruas e, consequentemente, o poder”.

“Foi um exaustivo trabalho e que a rapidez e firmeza na análise e posicionamento do Ministério Público e Poder Judiciário foram fundamentais para a execução dos trabalhos investigativos realizados pela Polícia Civil”, avaliou o delegado Alencar Carraro.

O delegado Alencar Carraro destacou também que “a Receita Federal do Brasil e Brigada Militar auxiliaram nas investigações e que suas participações foram fundamentais, visto que os suspeitos pertencentes às várias facções criminosas e possuem grande poder financeiro”.