O ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) defendeu nessa quarta-feira que o partido dele busque alianças para lançar uma chapa à Presidência da República, ainda que o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) seja o pré-candidato da legenda para concorrer ao Palácio do Planalto nas eleições deste ano.
De acordo com Leite, embora as prévias do PSDB que definiram Doria como o nome do partido para o pleito sejam legítimas, a sigla precisa fortalecer a sua candidatura. O ex-governador gaúcho pontuou que uma coligação com outros partidos é o melhor caminho para que nem o presidente Jair Bolsonaro, pré-candidato do PL, nem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT, sejam eleitos.
Eduardo Leite conversou nessa quarta com a senadora Simone Tebet (MDB-MS), pré-candidata à Presidência da República, para discutir a possibilidade de uma chapa entre os dois para a corrida presidencial. Segundo ele, o encontro não foi uma forma de deslegitimar as prévias do PSDB, mas, sim, uma oportunidade para “ajudar o país a encontrar um caminho” contra a polarização.
“Meu partido fez as prévias, tem o seu pré-candidato estabelecido. Respeitamos isso. Mas (o encontro com Tebet) não se trata apenas de uma formalidade. Saio dessa conversa com o espírito renovado como cidadão, confiante de que tem um caminho para o país. Cabe a nós, pela responsabilidade que temos nas posições que alcançamos dentro dos partidos e diante da população, termos humildade e sensibilidade de sentarmos e conversarmos para construir convergência junto com os nossos partidos”, comentou Leite, após a reunião.
Consenso com União Brasil e Cidadania
No início da semana, Leite cogitou ser o vice de Tebet, mas os dois evitaram comentar sobre essa eventual chapa após o encontro dessa quarta. De todo modo, apoiaram uma aliança dos seus partidos com União Brasil e Cidadania em prol de derrotar Bolsonaro e Lula nas urnas.
“Nós estamos diante de ameaças concretas a instituições democráticas. Nós estamos diante de uma ameaça concreta à harmonia dos Poderes. E o centro democrático, do qual nós participamos e através do qual e pelo qual nós lutamos tanto, neste momento, exige de todos nós união e convergência”, destacou Tebet.
“Nós estamos com o propósito de dar esperança ao Brasil. É tempo de reconstrução. A reconstrução do Brasil não é feita por duas ou quatro mãos. A reconstrução do Brasil vai ser feita por um amplo pacto federativo, um amplo pacto dos estados envolvendo os partidos democráticos do Brasil”, acrescentou a senadora.
Outro pré-candidato
O PSDB e o MDB, ao lado do Cidadania e do União Brasil, informaram nessa quarta que vão anunciar um candidato à Presidência que tenha a aceitação de todas as legendas no dia 18 de maio. Leite apoiou a decisão dos partidos. “Se 18 de maio é a data apresentada, eu confio (nos dirigentes partidários). E sob a liderança deles, e com as reuniões que se seguirão, teremos as condições para construir essa convergência. Mais importante do que o tempo, mais cedo ou mais tarde, é garantir que haja condições de convergência. A primeira via que queremos construir será construída sob a liderança dos dirigentes partidários”.