Após três meses e 22 dias sem um líder do governo no Senado, o Palácio do Planalto escolheu o senador Carlos Viana (PL-MG) para o posto. A definição ocorreu depois que o senador deixou o MDB e se filiou ao PL, partido que o lançou na semana passada como pré-candidato ao governo de Minas Gerais. A oficialização ainda precisa ser feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), mas o próprio senador já dá a indicação como certa.
O governo já havia sondado e feito o convite a Viana, assim como a outros senadores da base. Mas só agora, depois de ser lançado como pré-candidato, ele aceitou o convite. “Já que eu estou exercendo [informalmente] há dois meses, vamos trabalhar. Agora é esperar a publicação”, disse ao R7.
Questionado pela reportagem se o lançamento da pré-candidatura pelo PL era condição para assumir a liderança, o senador negou. “Não há nenhuma ligação. Foi só uma coincidência de tempo”, disse.
O senador Carlos Portinho (PL-RJ) disse ao R7 que se reuniu com o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, na última quarta-feira, para dar apoio ao nome de Viana ao cargo. Ele também se reuniu com o novo ministro da Secretaria de governo, Célio Faria, para falar sobre a definição. Portinho se colocou à disposição para, como vice-líder, assumir as competências de líder quando o colega estiver em campanha por Minas Gerais.
Viana passa a ocupar o cargo deixado pelo senador Fernando Bezerra (MDB-PE), que saiu da liderança em 15 de dezembro do ano passado. Desde a saída de Bezerra, o governo vinha enfrentando dificuldade em definir um novo líder.
De uma forma geral, os senadores entendem a vaga como problemática para se assumir em um ano eleitoral, quando o governo chega ao fim do mandato. Soma-se a isso o fato de os parlamentares estarem em campanha, ajudando correligionários nos estados ou articulando as próprias candidaturas.
No fim de janeiro, a situação pareceu chegar próxima de solução quando Bolsonaro anunciou o senador Alexandre Silveira (PSD-MG) como o novo líder do governo, pontuando que o parlamentar já havia aceitado o convite. Silveira, que assumiu a cadeira deixada por Antonio Anastasia, indicado ao Tribunal de Contas da União (TCU), acabou recusando o convite. Ele comunicou a decisão aos colegas de bancada em uma reunião no começo de fevereiro.