A Polícia Federal prendeu dois indígenas em flagrante, na manhã desta terça-feira (29), por posse ilegal de arma de fogo. Eles acabaram atrás das grades após o cumprimento de doze mandados de busca e apreensão em uma nova operação na Terra Indígena de Nonoai, no Norte do Rio Grande do Sul. A força-tarefa tem como objetivo a coleta de informações sobre um homicídio registrado em 14 de novembro do ano passado.
Na oportunidade, criminosos ainda não identificados passaram em frente a uma casa localizada às margens da ERS-324 e atiraram contra o grupo que estava no local. Um indígena morreu, e dois não-indígenas ficaram feridos. Depois, aliados da vítima fizeram um protesto na rodovia estadual e atacaram um veículo que passava pelo local, deixando outro ferido. Ainda não se sabe se os presos têm relação com os episódios.
Para a PF, o conflito é decorrente de uma disputa de poder. Isso porque, historicamente, a Terra Indígena de Nonoai contou com apenas um cacique. No entanto, em julho do ano passado, um grupo dissidente declarou independência na Aldeia de Pinhalzinho, elegendo seu próprio líder. A novidade desequilibrou as relações entre os moradores da reserva, que passaram a disputar a posse da terra.
A Terra Indígena tem, aproximadamente, 16 mil hectares de extensão territorial e ocupa parte do território das cidades de Nonoai, Gramado dos Loureiros, Planalto e Rio dos Índios. Cerca de 50 policiais federais participaram da Operação Guerra dos Tronos, que também contou com o apoio da Brigada Militar, Força Nacional de Segurança, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil.