Ostermann entra com representação na Comissão de Ética contra Rodrigo Maroni

Parlamentar utilizou a tribuna para direcionar ataques pessoais ao deputado do Novo

Desentendimento ocorreu na sessão que cassou o mandato do deputado Ruy Irigaray | Foto: Ricardo Giusti/CP

O deputado Fábio Ostermann (Novo) ingressou com um pedido de representação na Comissão de Ética da Assembleia Legislativa contra o também deputado Rodrigo Maroni (PSDB). A solicitação ocorre em função de desentendimento entre os parlamentares durante a sessão, na semana passada, que cassou o mandato do deputado Ruy Irigaray. Na ocasião, Maroni utilizou a tribuna para direcionar ataques pessoais ao deputado do Novo.

Após Maroni questionar a imparcialidade e a legitimidade dos parlamentares em julgarem Irigaray, alegando que a prática de “rachadinha” era comum em Assembleias Legislativas, Ostermann subiu a tribuna e pediu provas das alegações de Maroni na Comissão de Ética da Casa. Em resposta, o deputado ofendeu o colega.

“Tu é a pessoa que eu tenho mais constrangimento em conviver. Tu é a única pessoa que não pode julgar aqui, tu julga todo mundo. Tu se acha acima do bem e do mal. E quero dizer mais: tu é egocêntrico, vaidoso”, disse Maroni.

Para o Ostermann, as palavras foram agressivas e desproporcionais, demonstrando “desequilíbrio e conduta incompatível” com o que se espera de um parlamentar. “Na sua manifestação, Rodrigo Maroni apresentou a Assembleia como uma casa de hipócritas, desqualificados e que não têm moral para cassar um colega que cometeu desvios. Além disso, os ataques pessoais injustificados contra um parlamentar extrapolaram o limite do aceitável”, avaliou.

Na representação, o deputado do Novo pede a instauração do processo disciplinar na Comissão de Ética contra Maroni. Após análise do colegiado, o deputado pode ser enquadrado em sanções previstas no Código Ética do parlamento, que vão de censura a perda do mandato.

O corregedor vai ter prazo de cinco sessões ordinárias, prorrogáveis por mais cinco, para oferecer ou arquivar a denúncia.

Até o fechamento desta reportagem, o gabinete de Maroni ainda não havia sido informado do pedido.