O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, já informou ao diretório do PSD que não irá aceitar o convite de filiação ao partido, onde tinha carta branca para se lançar como pré-candidato à Presidência da República. A informação foi confirmada pelo presidente nacional do PSD, Gilerto Kassab, nesta segunda-feira (28).
“Quero desejar boa sorte ao Eduardo Leite, um valoroso quadro, jovem, bem preparado. Não é porque ele não aceitou o nosso convite que vou deixar de formular meus cumprimentos, meus votos de reconhecimento da carreira e vida pessoal”, declarou Kassab após anúncio da candidatura de Felicio Ramuth, prefeito de São José dos Campos, para concorrer a governador de São Paulo pela legenda.
“Não é fácil a decisão de deixar o partido em que se está militando há tantos anos”, completou Kassab. Isso porque Leite se manterá no PSDB e ainda pleitea disputar a liderança do Palácio do Planalto pelo partido, mesmo com o nome de João Doria aprovado nas prévias eleitorais para concorrer ao cargo pelo mesmo partido.
Nos bastidores do PSDB, o anúncio de que Leite continuará na legenda suscita a dúvida dos rumos de quem deve concorrer à Presidência pelo partido. Uma nova discussão pode ser travada, mas Doria já se manifestou contrário a qualquer desistência, tendo, inclusive, afirmado que uma mudança configuraria “golpe”, já que em prévias realizadas pelo partido, a candidatura do governador de SP foi homologada.
“As prévias foram realizadas durante três meses em todo o Brasil, 44 mil eleitores do PSDB votaram”, defendeu. “Qualquer outro sentimento diferente disso é golpe”, completou, durante evento para anunciar a ampliação da quarta dose da vacina contra a Covid para idosos acima de 60 anos, neste domingo (27).
Em coletiva marcada para esta tarde, Eduardo Leite falará sobre a decisão em permanecer no PSDB e esclarecerá os rumos que deve tomar nos próximos meses, a fim de se dedicar às eleições. A expectativa é que ele anuncie a renúncia ao governo do Rio Grande do Sul para viabilizar a canditatura à Presidência da República, mesmo com o impasse.
Lideranças tucanas apoiam o movimento e indicam a possibilidade de alterar a pré-candidatura no caso das pesquisas indicarem um favoritismo de Leite em relação à Doria. Nas últimas pesquisas de intenção de votos, o governador paulista apresenta vantagem em relação ao líder gaúcho.