MEC: PF abre inquérito a pedido do STF e vai ouvir Milton Ribeiro

Mais cedo, órgão já havia anunciado investigação paralela, a pedido da CGU, mas mirando apenas pastores

Foto: Isac Nóbrega/PR/CP

A Polícia Federal informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) ter aberto inquérito para investigar um suposto esquema de tráfico de influência envolvendo o ministro da Educação, Milton Ribeiro, e dois pastores sem cargo no governo. O ato atende determinação da ministra Cármen Lúcia. Mais cedo, a corporação já havia confirmado a abertura de outra investigação paralela, a pedido da Controladoria-Geral da União (CGU), mas mirando apenas os religiosos, próximos ao Ministério.

A corporação vai avaliar se os religiosos influenciaram no envio de verbas a municípios em troca de propina e se o ministro da Educação sabia das irregularidades e se colaborou com elas. A PF deve ouvir nas próximas semanas o ministro e os pastores, além de outros eventuais envolvidos e testemunhas, em diligências a cargo do delegado Bruno Caladrini.

O caso veio à tona após o vazamento de um áudio em que Ribeiro relata privilegiar prefeitos que foram indicados pelos pastores Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura. O ministro nega as acusações, dizendo que a liberação de recursos segue critério técnico.

A suspeita é de que verba do Fundo Nacional de Educação (FNDE) possa ter sido liberada para prefeituras que aceitaram pagar propina aos pastores. Conforme um dos relatos a ser examinado, um deles solicitou a um prefeito pagamento em 1 kg de ouro para atuar junto ao Ministério.

Repercussão

O caso também é apurado na esfera cível pela Procuradoria da República no Distrito Federal. O Tribunal de Contas de União (TCU) também vai realizar uma fiscalização extraordinária no Ministério da Educação.