Zelensky cobra mais ajuda da Otan e pede “respostas claras” da aliança

Presidente ucraniano ressalta que país enfrenta a Rússia com desigualdade de força

Foto: Handout/Presidência da Ucrânia

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu nesta quinta-feira, à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que forneça mais assistência militar ao país em meio à ofensiva da Rússia. O líder ucraniano, no entanto, não reiterou seu pedido por uma zona de exclusão aérea nem pediu para se juntar à Otan, de acordo com um alto funcionário do governo dos Estados Unidos.

Em discurso em vídeo na cúpula da Otan nesta quinta-feira, que conta com a presença do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, Zelensky disse que a Ucrânia precisa de “assistência militar sem limitações”, já que a Rússia está “usando todo o seu arsenal” contra o país. O líder ucraniano instou a Otan a fornecer a Kiev “1% de todos os seus aviões, 1% de todos os seus tanques”. “Não podemos simplesmente comprá-los”, disse.

O presidente reiterou os pedidos de caças e tanques, especialmente para “desbloquear” Mariupol, Berdyansk ou Melitopol, cidades do sul da Ucrânia sitiadas ou ocupadas pelo exército russo.

A Ucrânia também precisa urgentemente de vários sistemas de lançamento de foguetes, armas antinavio e sistemas de defesa aérea, disse Zelensky. “É possível sobreviver em uma guerra dessas sem isso?”, perguntou ele.

Zelensky acusou a Rússia de usar bombas de fósforo na manhã desta quinta-feira, matando adultos e crianças. Ele lembrou aos líderes da Otan que milhares de ucranianos morreram no conflito, que 10 milhões de pessoas deixaram suas casas e instou a Otan a dar “respostas claras”.

Durante a madrugada, o chefe de Estado ucraniano divulgou uma mensagem de vídeo na qual, em tom desafiador, pediu ao mundo que proteste contra uma invasão que provocou milhares de mortes e deixou mais de 10 milhões de deslocados. “O mundo deve parar a guerra”, afirmou Zelensky em inglês, em uma mensagem gravada de madrugada nas ruas vazias de Kiev. “Venham de seus escritórios, suas casas, suas escolas e universidades, venham em nome da paz, venham com símbolos ucranianos para apoiar a Ucrânia, apoiar a liberdade, apoiar a vida”, acrescentou.