Pré-candidatos a governador debatem propostas para o RS

Cotados a disputar o Palácio Piratini se encontraram durante a Assembleia de Verão da Famurs, em Torres 

Foto: Mauro Schaefer/CP

Nove pré-candidatos ao governo gaúcho tiveram a oportunidade de falar, a uma plateia repleta de prefeitos, sobre os projetos que pretendem desenvolver caso assumam o Palácio Piratini. Beto Albuquerque (PSB), Ciro Simoni (PDT), Edegar Pretto (PT), Luiz Carlos Heinze (PP), Luiz Carlos Busato (União Brasil), Marco Della Nina (Patriota), Ranolfo Vieira Júnior (PSDB), Roberto Argenta (PSC) e Vilmar Zanchin (MDB) foram os indicados pelas respectivas siglas a participar do painel. Onyx Lorenzoni (PL) não pôde comparecer em função do cumprimento de agendas em Brasília.

Assuntos como a pandemia, a estiagem e a necessidade de investimentos em educação foram pautas recorrentes. Em clima cordial, alguns participantes de partidos que compõem a base do atual governo, como o caso do PP, de Heinze, do MDB, de Zanchin, e do União Brasil, de Busato, prometeram dar “continuidade” a ações de Eduardo Leite. Candidato escolhido para tentar a sucessão pelo PSDB, Ranolfo Viera Junior destacou medidas como o programa Avançar. Em tom mais forte, Pretto criticou as privatizações, principalmente da CEEE, reforçando falhas no serviço prestado pela atual proprietária. O pré-candidato Della Nina explorou o mesmo tema.

Nem todos efetivamente estarão no pleito. No entanto, aproveitaram para marcar presença e expor as ideias dos partidos na disputa pelo Piratini. É o caso, por exemplo, de Ciro Simoni, já que o PDT ainda insiste em convencer o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, a concorrer. No caso do MDB, após a desistência de Alceu Moreira e com o ex-governador José Ivo Sartori garantindo que não vai participar da disputa, Gabriel Souza é o nome mais cotado.

O evento integrou a Assembleia de Verão da Famurs, realizada em Torres, no litoral Norte.

O que disseram os participantes:

Beto Albuquerque (PSB): colocou a educação como pauta prioritária, trazendo dados como evasão escolar e repetência. “Para onde vamos se não fizermos um pacto para a educação?”, questionou. Enfatizou a necessidade de investimento na área para qualificar a mão de obra e o empreendedorismo. Propôs linhas de crédito para agricultores para ações contra a estiagem, como criação de microaçudes.

Ciro Simoni (PDT): “De fato, não sou candidato. Estou representando meu partido”, afirmou. Deixou claro que “dez entre dez” pedetistas querem Romildo na disputa pelo Piratini. Ressaltou que pautas como a educação integral fazem parte da política do partido, assim como estabelecimento de comitês regionais de desenvolvimento, prometendo diálogo com as prefeituras.

Edegar Pretto (PT): afirmou que trabalha em criar uma frente de setores progressistas em torno da candidatura. “Tenho posições claras, não faço política com cartas na manga e sei conviver com as diferenças”, garantiu. Prometeu diálogo franco e permanente com os prefeitos e propôs a criação do Conselho das Cidades. Criticou a privatização da CEEE.

Luiz Carlos Heinze (PP): reconheceu avanços na recuperação das finanças nos governos Sartori e Leite, mas ressaltou que há uma dívida de quase R$ 90 bi com a União. Prometeu questionar essa dívida e atrair investimentos no setor logístico. Citou projetos federais como a hidrovia do Mercosul. “Isso o senador Heinze já está fazendo. Vamos transformar o Rio Grande do Sul no que ele precisa e merece”, disse.

Luiz Carlos Busato (União Brasil): ressaltou que integrou o atual governo e que decisões duras foram tomadas em um momento de pandemia. “Não podemos jogar por terra toda a reforma que foi feita nos últimos anos”, afirmou. Garantiu que o partido vai conversar com todos os lados para saber o que precisa ser feito. Colocou a educação como prioridade.

Marco Della Nina (Patriota): lembrou não ter experiência na vida política e disse que “representa o povo” como líder comunitário. Cobrou redução do ICMS para atrair indústrias e gerar empregos. “Todos os cargos em comissão espalhados pelo Estado irão para rua. Quem tem que fazer o serviço no governo é o funcionário público”, afirmou, chamando a medida de polêmica.

Ranolfo Vieira Júnior (PSDB): elencou medidas realizadas pelo atual governo do Estado, como pagamento de dívidas com os municípios. “Conseguimos sim, virar o jogo, mas ele ainda não terminou”, disse. Citou o projeto Avançar, com o investimento de R$ 5,6 bilhões em diversas áreas. Elencou a educação e o desenvolvimento econômico como áreas a receberem atenção. Prometeu “energia” para “fazer mais do que já foi feito”.

Roberto Argenta (PSC): prometeu diminuir pela metade o número de secretarias, mas criar uma pasta específica para a irrigação. Propôs vender o Palácio das Hortênsias e outros imóveis do Estados, revertendo para áreas de saúde, educação e infraestrutura. “Serei o governador do emprego. Emprego garante o presente, educação o futuro”, afirmou.

Vilmar Zanchin (MDB): designado pelo partido para o encontro, salientou que segue em processo a definição do nome do candidato. “Já adianto que será uma escolha democrática. Temos plena convicção que será o melhor nome que temos a oferecer”, disse. Afirmou, ainda, que o MDB vai fazer um governo comprometido com as pautas municipalistas.