Banco Central eleva Selic para 11,75% ao ano, maior alta desde abril de 2017

Foto: Enildo Amaral / Banco Central / R7

O Brasil tem uma nova taxa Selic, de 11,75%, a maior desde abril de 2017 quando a taxa estava em 12,25%. O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, anunciou no final da tarde desta quarta (16) que decidiu elevar a taxa Selic de 10,75% para 11,75%, um crescimento de um ponto percentual. O aumento, pela nona vez seguida seguido da taxa em um ciclo de alta que começou em março de 2021, já era esperado pelo mercado financeiro.

Na reunião do Copom de fevereiro, após elevar a Selic em 1,50 ponto percentual, a autoridade monetária indicou a intenção de reduzir o ritmo de alta dos juros básicos. Entretanto, os efeitos da invasão da Ucrânia pela Rússia e o impacto nos preços de commodities têm levado à disparada das estimativas de inflação em 2022, foco principal da política monetária, que vem se afastando do centro da meta (3,25%).

EVOLUÇÃO DA TAXA SELIC

  • 16 de março de 2022: 11,75% ao ano
  • 02 de fevereiro de 2022: 10,75% ao ano
  • 08 de dezembro de 2021: 9,25% ao ano
  • 27 de outubro de 2021: 7,75% ao ano
  • 22 de setembro de 2021: 6,25% ao ano
  • 04 de agosto de 2021: 5,25% ao ano
  • 16 de junho de 2021: 4,25% ao ano
  • 05 de maio de 2021: 3,5% ao ano
  • 17 de março de 2021: 2,75% ao ano
  • 20 de janeiro de 2021: 2% ao ano

JUROS NOS ESTADOS UNIDOS

Nos Estados Unidos, também nesta quarta-feira, o Federal Reserve (Fed) elevou os juros em 0,25% e projetou que sua taxa básica atingiria um intervalo entre 1,75% e 2% até o fim do ano, a maior em quatro anos. No comunicado, a autoridade monetária norte-americana cita uma nova postura agressiva contra a inflação que levará os custos de empréstimos a níveis restritivos em 2023.

Mesmo assim, a inflação deve permanecer acima da meta de 2% do Fed, ficando em 4,1% neste ano – a mais alta em 40 anos – e caindo apenas para 2,3% até 2024. O crescimento econômico previsto é de 2,8% para 2022, uma queda acentuada ante a taxa de 4% projetada em dezembro. A taxa de desemprego também deve cair para 3,5% neste ano, mas deve subir para 3,6% em 2024.