CNC revela que número de famílias endividadas é o maior em 12 anos

Foto: Divulgação/CNC

O percentual de famílias com dívidas e/ou contas em atraso apresentou, em fevereiro, o maior patamar desde março de 2010. A avaliação consta da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Conforme os dados, o indicador alcançou 27% dos lares brasileiros em fevereiro, o que representa um aumento de 0,6 ponto percentual em relação a janeiro e de 2,5 pontos percentuais a mais que o mesmo mês de 2021. Já a parcela que declarou não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e, portanto, permanecerá inadimplente também cresceu 0,4 pontos percentuais, chegando a 10,5%, mesmo percentual registrado em fevereiro do ano passado.

O percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer (cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa) alcançou 76,6% em fevereiro, retomando o nível apurado em dezembro de 2021. Há um ano, a proporção de endividados era de 66,7%, 9,9 pontos percentuais abaixo do número atual.

Mais dívidas nas duas faixas de renda

Tanto o endividamento quanto a inadimplência cresceram entre os dois grupos de renda pesquisados. Nas famílias com ganhos até 10 salários-mínimos, o percentual de endividados aumentou 0,4 pontos percentuais, chegando a 77,8% após ter apresentado queda na primeira leitura do ano. Já na parcela com renda acima de 10 salários-mínimos, a proporção de endividados alcançou maior patamar histórico, 72,2%, com incremento anual de 10,1 pontos.

Entre os indicadores de inadimplência, o percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso na faixa de até 10 salários-mínimos atingiu o maior nível da série histórica para meses de fevereiro, 30,3%. Um ano antes, essa proporção era de 27,4%. Na parcela com maiores ganhos, o número também aumentou, chegando a 12,6%, o maior percentual desde abril de 2018.

O endividamento no cartão de crédito apresentou a primeira redução entre os endividados desde fevereiro de 2021, mas segue como o principal tipo de dívida no País. Representando 86,5% do total de famílias endividadas, o indicador está 6,5 pontos percentuais acima de fevereiro de 2021 e ainda 7,9 pontos percentuais maior do que em fevereiro de 2020, antes da crise sanitária.